A Controladoria-Geral da União (CGU) afirmou que existem registros de vacinação do ex-presidente, Jair Bolsonaro, contra a Covid-19. Contudo, o ministro do CGU, Vinicius Carvalho, afirmou que o órgão está analisando a origem da informação, no intuito de saber se o cartão de vacinação foi adulterado. A dose que consta no cartão é a da Janssen.
Segundo informações, o registro aconteceu no dia 19 de julho de 2021, em São Paulo. Contudo, Bolsonaro falou publicamente que não tomou a vacina contra a Covid-19. O Ministério da Saúde precisará informar a origem do registro da dose no cartão do ex-presidente.
Sigilo do cartão de vacinação
Durante a pandemia, Jair Bolsonaro decretou sigilo de 100 anos sobre o seu próprio cartão de vacinação. As informações, então sigilosas, incidiam sobre todas as vacinas, não apenas as da Covid-19. O ex-presidente falou reiterada vezes contra a vacinação, levantando suspeitas sobre a eficácia da vacinação. A vacina da Janssen tinha uma dose única na época. Contudo, hoje os especialistas indicam o reforço.
Ao assumir a presidência, Lula solicitou à CGU a revisão de todos os sigilos impostos por Bolsonaro. Segundo o petista, todos os sigilos que estejam em desacordo com a lei serão derrubados. Um dos sigilos estudados por especialistas é justamente o que trata da vacinação de Bolsonaro. Lula e Janja divulgaram seus cartões de vacinação.
Atualmente, o ex-presidente ainda está nos Estados Unidos. Pessoas próximas a ele afirmam que ele voltará ao Brasil para participar ativamente da oposição ao governo Lula. Segundo a CNN, Bolsonaro afirmou a pessoas próximas que não tomou a vacina contra a Covid e cogitou processar o ministro do CGU. Além disso, o ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que Bolsonaro não tomou a vacina escondido.
Apesar das falas de Bolsonaro, especialistas dizem que a vacinação do Brasil foi bastante satisfatória. A primeira dose da vacina foi tomada por, pelo menos, 88% da população, segundo o Our World In Data. Contudo, especialistas também alertam que pelo menos 69 milhões de brasileiros ainda não tomaram a primeira dose de reforço.
Bolsonaro criticado pela pandemia
Durante toda a campanha eleitoral, um dos pontos mais sensíveis à candidatura de Bolsonaro foram as falas sobre a pandemia. Isso porque líderes do mundo todo criticaram ex-presidente por sua conduta em relação à Covid-19. Em rede nacional, ele chamou a doença de “uma gripezinha” e disse que, caso pegasse a doença, não teria problemas por conta de seu “histórico de atleta“. O ex-presidente pegou a doença e não teve complicações, segundo o boletim médico.
Além disso, Bolsonaro incentivou o uso de cloroquina para prevenir a doença. Vale lembrar que essa medida não tem comprovação científica. Especialistas internacionais afirmam que o primeiro estudo sobre o assunto foi encomendado por uma farmacêutica, considerado um estudo fraudado. Com dinheiro público, o ex-presidente também comprou estoques enormes do remédio, recomendado contra a malária. Segundo a BBC em 2021, o Governo Federal gastou mais de R$ 90 milhões no remédio.