Na manhã desta quarta-feira, a Polícia Federal fez uma operação de busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro. Além disso, a PF prendeu o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa e outros cinco suspeitos de fraudarem cartões de vacinação. Ainda, Bolsonaro prestaria depoimento na sede da entidade, mas não compareceu.
A operação teve como ordem uma decisão judicial em que o ministro Alexandre de Moraes autorizou a busca dentro do inquérito das milícias digitais. Segundo Moraes, é “plausível” que um grupo ligado a Jair Bolsonaro teria inserido informações falsas no ConectSUS.
Bolsonaro na mira das investigações
O ex-presidente Jair Bolsonaro tem diversos processos judiciais contra si no Supremo Tribunal Federal (STF). Dentre eles, uma investigação busca entender se ele teve participação em um esquema de fraude nos cartões de vacinação. Segundo as investigações, até agora, os cartões fraudados seriam o do próprio ex-presidente, além de sua filha Laura.
Além disso, as informações de Mauro Cid Barbosa, da mulher e da filha dele também teria sido alteradas. Segundo o relatório da PF, o ex-presidente Bolsonaro tinha conhecimento do esquema. Em suas redes sociais, Michelle Bolsonaro afirmou que apenas ela se vacinou contra a Covid e que Bolsonaro e a filha não teriam tomado a vacina.
A alteração nas informações do ConectSUS teriam acontecido no dia 21 de dezembro do ano passado, pouco antes da ida aos Estados Unidos. Segundo relatório da Polícia Federal, as informações alteradas foram retiradas do sistema no dia 27 de dezembro, ou seja, 6 dias depois. Para a entidade, a medida seria necessária para que Bolsonaro pudesse passar pela imigração na chegada aos Estados Unidos.
Segundo apurou a TV Globo, as informações do ConectSUS de Bolsonaro acusariam duas vacinas aplicadas no ex-presidente. Durante as buscas da PF, o político teria reafirmado que não se imunizou.
O que disse o ex-presidente?
Logo após as operações de buscas, Bolsonaro teria concordado em prestar depoimento na sede da Polícia Federal, em Brasília. Contudo, o político não compareceu no horário marcado. Para os policiais na operação, o ex-presidente reforçou que não tomou os imunizantes. Além dele, mais 15 pessoas são alvos das investigações.
Até agora, o relatório da PF apontou que foram inseridos no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações os dados do ex-presidente no dia 21 de dezembro. Quem teria feito a inserção dos dados é o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha. Além disso, no dia 27 de dezembro, Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva teria retirado as informações do sistema alegando “erro”.
Além disso, drante o esquema, houve algumas tentativas de inserir dados. Na primeira oportunidade, o cartão de Bolsonaro teria acusado um lote que não foi para o estado do Rio de Janeiro. Na segunda tentativa, os fraudadores teriam deixado rastros, que facilitaram a investigação. Ainda, a PF diz que Mauro Cid cuidava das informações de Bolsonaro no sistema.