Em 2018, durante as eleições presidenciais, o até então candidato Jair Bolsonaro (sem partido) confessou que não sabia nada de economia e que dependeria de Paulo Guedes para tomar conta do assunto. Por conta disso, naquela época, muito se perguntava sobre o quão dependente seria o iminente chefe do Executivo ao economista, muito elogiado por ele na ocasião.
Durante as vezes em que confessou não saber nada sobre o tema, Bolsonaro foi perguntado sobre como ficaria a situação da área econômica caso, um dia, Paulo Guedes deixasse a pasta. Nas vezes em que foi questionado sobre o tema, o até então candidato fez uma analogia que sua relação com o economista era parecida com um “casamento” e, que, neste sentido, um dia poderia acabar.
Passados pouco mais de mil dias do presidente à frente do caso, o “casamento” dele com Paulo Guedes pode estar, realmente, próximo do fim. Isso porque, de acordo com informações do jornalista da “Globo News” Valdo Cruz, interlocutores de Bolsonaro afirmam que o presidente autorizou que nomes para substituir o chefe da equipe econômica fossem pesquisados.
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Conforme o jornalista, a equipe de Bolsonaro acredita ser preciso, hoje, começar a avaliar possíveis candidatos para substituir Paulo Guedes por conta de dois motivos. O primeiro é que ele pode pedir para sair do cargo.
O segundo é que assessores presidenciais já estão tentando convencer o presidente que, na atual conjuntura, o melhor a se fazer é trocar o chefe da Economia, pois, de acordo com essas pessoas, Paulo Guedes prometeu muito e, durante os quase três anos à frente da pasta, pouco entregou.
Desejo de ficar
Nas últimas semanas, Paulo Guedes disse que queria continuar chefiando a pasta, mas confessou, também, que sua permanência tinha um limite. Segundo ele, o limite em questão seria ele ser obrigado a tomar medidas que colocassem em risco a responsabilidade fiscal.
No entanto, nesta semana, ele tem amenizado o discurso, e chegou a afirmar que o governo precisa ajudar as famílias ainda em situação de vulnerabilidade por causa da pandemia de Covid-19, defendendo, inclusive, a decisão de Bolsonaro em aumentar de R$ 300 para R$ 400 o Auxílio Brasil.
Procurador cita possível improbidade de Guedes em caso dos offshores
Antes, ele afirmava ser contra o ajuste, pois, com o valor proposto inicialmente, não seria necessário extrapolar o teto de gastos, algo que está prestes a ser feito, visto que a medida foi apresentada e aprovada por 23 a 11 pela Comissão Especial da Câmara na quinta (21) e agora segue para votação no plenário da Casa.
Paula Guedes continua na pasta
Por fim, apesar dos rumores, publicamente, Bolsonaro, tem bancado a permanência de Paulo Guedes à frente da Economia. “Paulo Guedes continua no governo e o governo segue com a agenda de reformas. Defendemos as reformas, que seguem no Congresso Nacional”, afirmou Bolsonaro em entrevista ao canal “CNN”.
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