Dias Toffoli, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, na sexta-feira (05), que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem dez dias para explicar sobre os relatos de jornalistas que foram agredidos por seguranças do chefe do Executivo durante uma comitiva realizada em Roma, na Itália, durante a cúpula do G20.
A determinação do ministro do STF acontece por conta de uma ação do partido Rede Sustentabilidade, que afirma que deve ser garantida a integridade dos profissionais que cobrem atos da Presidência. Segundo a legenda, o comportamento de Bolsonaro com relação aos jornalistas é “absolutamente reprovável e incompatível com o exercício do cargo”.
Ainda conforme o partido, o chefe do Executivo, durante sua passagem pela Itália, “ameaçou fisicamente, constrangeu e difamou profissionais”. Não suficiente, a Rede também afirma que as ações do mandatário levam seus apoiadores a repetirem os ataques contra a imprensa.
De acordo com Dias Toffoli, após Bolsonaro comentar os atos, será a vez da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Procuradoria-Geral da União (PGR) se pronunciarem. Todavia, importante destacar que, no caso desses órgãos, o prazo de resposta será de cinco dias.
Jornalistas agredidos
De acordo com as informações, as agressões aconteceram enquanto jornalistas acompanhavam Bolsonaro durante seu encontro com outros líderes do G20. Na ocasião, registrada no dia 31 de outubro, a repórter da Folha Ana Estela de Sousa Pinto, sofreu agressões por parte de seguranças que acompanhavam Bolsonaro.
Na oportunidade, Bolsonaro estava dentro da embaixada brasileira na cidade italiana. Por lá, um segurança empurrou a repórter afirmando que a jornalista devia se afastar do local. Conforme a própria repórter, ela foi empurrada ainda outras três vezes, mesmo estando em um lugar público, onde não deveria haver nenhuma restrição ao trabalho da imprensa.
Por fim, outro jornalista, Jamil Chade, do portal “Uol”, também foi agredido por seguranças. De acordo com ele, as agressões aconteceram quando ele tentava filmar outro ato de violência contra profissionais da “Globo News”. Neste momento, ele relatou, um segurança do presidente o empurrou, agarrou seu braço para torcê-lo e ainda levou seu celular.
Leia também: PGR diz que Bolsonaro não cometeu crimes ao atacar STF no 7 de Setembro