O presidente da república, Jair Bolsonaro (PL), tem dez dias, isto é, até o próximo dia 28 de janeiro, para depor à Polícia Federal (PF) no âmbito do inquérito que investiga a divulgação da investigação sigilosa sobre um ataque hacker ao sistema interno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018.
Assim como vem cobrindo o Brasil123, essa apuração foi aberta em agosto do ano passado por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), depois que Bolsonaro, em uma de suas lives, publicou a cópia do inquérito.
Não suficiente, o presidente ainda distorceu as informações para tentar embasar suas acusações sobre supostas fraudes nas eleições. Na ocasião, o Tribunal Superior Eleitoral foi às redes sociais e desmentiu todas as falas do chefe do Executivo.
Nesse inquérito, além de Bolsonaro, também são investigados o deputado federal Filipe Barros (PSL-PR) e o delegado da Polícia Federal, Victor Neves Feitosa Campos – eles já prestaram depoimento.
Bolsonaro já deveria ter sido ouvido
O prazo que se encerra no próximo dia 28 já era para ter acabado, mas, após um pedido da Advocacia-Geral da União, Alexandre de Moraes decidiu ampliar o prazo de 15 para 60 dias para a realização da oitiva de Bolsonaro.
Essa é a segunda vez que o presidente é convocado para responder questionamentos dos investigadores no âmbito de inquéritos que tramitam contra ele no STF – ao todo, o chefe do Executivo é alvo de sete investigações.
Neste inquérito em questão, o presidente é acusado de ter cometido o crime previsto no artigo 153 do Código Penal, que proíbe a divulgação, sem justa causa, de informações sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública. Caso condenado, o chefe do Executivo pode pegar de um a quatro anos de prisão.
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