Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República, participou de um evento a convite do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para acompanhar a formatura de oficias da Polícia Militar de São Paulo. O evento ocorreu nesta sexta-feira, 2 de junho e esteve cercado de aliados, entre eles o senador Marcos Pontes (Republicanos), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB). Parlamentares da chamada “bancada da bala” na Alesp também estiveram presentes.
Durante o evento, Bolsonaro respondeu à algumas perguntas da imprensa, entre elas, um questionamento referente a indicação de Cristiano Zanin, advogado pessoal de Lula na Operação Lava Jato, ao posto de ministro do Supremo Tribunal Federal. Em resposta, Bolsonaro foi breve, afirmando que a indicação de um ministro ao STF é uma “competência privativa” do presidente da República.
Bolsonaro também foi questionado sobre a ação no TSE, no entanto, ele afirmou que ainda não conversou com seu advogado sobre o andamento do caso que pode torná-lo inelegível. Nesta última quinta-feira, o ministro Benedito Gonçalves liberou o relatório pedindo que o presidente da Corte, Alexandre de Moraes, marcasse o julgamento do ex-presidente, que deve ser realizado no dia 13 de junho.
Bolsonaro não comentou sobre a cassação de Deltan
Ao ser questionado sobre a cassação do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos), Bolsonaro preferiu não comentar sobre o assunto. “Não falei nada até agora e vou continuar não falando”, disse o ex-presidente da República. Nem Bolsonaro e nem mesmo membros do alto escalão do PL prestaram apoio a Deltan, demonstrando um abandono político do ex-procurador da lava jato.
Embora tenha acontecido alguns movimentos de revolta nas redes sociais por alguns bolsonaristas, como Eduardo Bolsonaro e Júlia Zanatta, a diretoria da sigla não vem demonstrando desconforto com a perda do mandato de Dallagnol. Inclusive, Bolsonaro chegou a orientar que seus aliados não participassem de um ato convocado para 4 de junho em apoio a Dallagnol, que tinha o MBL entre os principais organizadores.
Contudo, o próprio MBL desistiu de apoiar, alegando “sabotagem de alas do bolsonarismo”. “A manifestação tem sido sabotada por algumas alas do bolsonarismo e nos rendido ataques”, disse o partido em nota, completando que passaram “da posição de participantes da manifestação para a de divulgadores quase isolados” e que viram “esforços” de Deltan “de se dissociar e se distanciar do MBL”.
“Nossa militância foi convocada para adesivaços e atos com faixas; nossas lideranças estavam se organizando em todas as cidades onde teriam os atos. Tudo isso fizemos sob ataques dos bolsonaristas e com pouca solidariedade de outros agentes. Mesmo da parte do próprio Deltan, temos visto o seu esforço de se dissociar e se distanciar do MBL”, disse o partido em nota.
Por outro lado, aliados de Deltan Dallagnol já vinham considerando que a convocação da manifestação foi um erro, dado que acreditavam que seria esvaziada, minando ainda mais o capital político do deputado cassado, que já vem sofrendo dificuldades para articular uma reviravolta da cassação do seu mandato na Câmara.