O presidente Jair Bolsonaro (PL) só oficializou as suas escolhas para o comando da Petrobras após o aval do centrão, informou nesta quinta-feira (07) a jornalista Andreia Sadi, da “Globo News”.
De acordo com ela, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, foi criticado no Planalto pelas definições para que Rodolfo Landim e Adriano Pires assumissem cargos na estatal.
Os dois desistiram do cargo e isso resultou em críticas vindas da cúpula do presidente e até mesmo do próprio Bolsonaro. Por conta disso, apesar de os nomes também terem sido avalizados pelo centrão, Albuquerque foi o alvo das críticas do presidente, que ficou irritado com as desistências.
Nesse sentido, conta Andreia Sadi, Bolsonaro determinou que Bento Albuquerque resolvesse o plano das desistências escolhendo um nome que agrade o mercado. Neste meio tempo, até mesmo Paulo Guedes, ministro da Economia, entrou na discussão sobre o tema para tentar encontrar executivos para ocupar as vagas requisitadas.
Durante as conversas para escolher o nome do novo presidente da Petrobras, conta a jornalista, Bento Albuquerque indicou a Bolsonaro Mauro Coelho e Marcio Weber. No entanto, para de fato acontecer, a indicação precisou do crivo de aliados do presidente.
Em um primeiro momento, os nomes foram apresentados para Ciro Nogueira (PP), Ministro da Casa Civil, que repassou a mensagens para outras líderes do centrão. Hoje, o grupo comanda a campanha de reeleição de Bolsonaro e calcula o efeito que eventuais decisões do setor — de conta de luz a preço de combustíveis — terão na disputa presidencial.
Por isso, relata Andreia Sadi, por mais técnico que o governo afirma ser, a escolha do novo comando da Petrobras só foi confirmada porque, após os nomes sondados se habilitarem, integrantes do centrão deram seu sinal positivo, mostrando que estão à frente das decisões políticas eleitorais do governo.
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