Nesta quinta-feira (6), o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) voltou a se manifestar contra o projeto da Reforma Tributária apresentado pela Câmara dos Deputados. Assim, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse em entrevista a BandNews TV, que vai telefonar hoje para Bolsonaro para tratar do assunto.
Vale mencionar que o esforço será para persuadir o ex-presidente a liberar a bancada do PL, que possui um total de 99 integrantes, incluindo o atual presidente. Até o momento, o partido de Bolsonaro pondera “fechar questão” contra a reforma.
Pronunciamento de Bolsonaro
Em um texto divulgado por seu assessor Fábio Wajngarten, através de uma lista de transmissão em um app de conversa, Jair Bolsonaro mencionou o Foro de SP e disse que o presidente Lula tem orgulho de ser comunista. Na mensagem, Bolsonaro escreve:
Não à Reforma Tributária. Lula se reúne com o Foro de SP (criado em 1990 por Fidel Castro, Lula, FARC, …), diz ter orgulho de ser comunista, que a Venezuela impera a democracia, é amigo de Ortega que prende padres e expulsa freiras, seu partido fez ferrenha oposição a nós por 4 anos e comemorou a minha inelegibilidade.
Além disso, o ex-presidente afirma que, caso fosse deputado, voltaria ao longo de todo o seu mandato contra tudo que viesse do PT. Segundo ele, o partido do seu rival não se preocupa com povo e com a família, não respeita a propriedade privada, defende bandidos e desarma o cidadão de bem.
Por fim, em sua mensagem, Bolsonaro afirma:
Apenas deseja o poder absoluto a qualquer preço [em referência ao PT]. Não podemos apoiá-los em nada. Nos roubar a liberdade e nos escravizar é sua meta. Do exposto, a todos aqueles que se elegeram com nossas bandeiras de “Deus, Pátria, Família e Liberdade”, peço que votem contra a PEC da Reforma Tributária.
Arthur Lira busca aprovação da Reforma tributária
Em meio ao conflito, o presidente da Câmara pediu que o PL não feche questão sobre a PEC da Reforma Tributária. Durante sua entrevista à BandNews TV, o presidente da Câmara afirmou:
É preciso que pelo menos o PL não feche questão, que dê oportunidade aos parlamentares para que eles se expressem sobre o que pensam sobre o texto, não com uma visão político-partidária.
Desse modo, Lira espera que os deputados da sigla tenham liberdade de votar “conforme o que pensam”, afirmando não ser recomendável para nenhum partido se posicionar contra a reforma sem especificar qual é o tema, qual é o texto, qual é a possibilidade de melhora da legislação.
Em suma, por se tratar de uma PEC, a Reforma Tributária precisa dos votos favoráveis de 308 dos 513 deputados em dois turnos de votação para chegar ao Senado, onde precisará do consenso de 49 dos 81 senadores, também em dois turnos, para ser aprovada.