A jornalista Andreia Sadi, da “Globo News”, revelou nesta sexta-feira (26) que uma parte do governo passou a defender que seja exigido o chamado certificado de vacinação para a entrada de estrangeiros no Brasil, algo que vem sendo recomendado há meses pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas ganhou um apelo maior por conta das novas variantes.
Todavia, a decisão a favor do passaporte da vacinação tem esbarrado em uma pessoa, ou melhor, autoridade: o presidente da república, Jair Bolsonaro (sem partido), que é declaradamente contra o documento que impediria que pessoas que não tomaram a vacina contra a Covid-19, a exemplo dele, entrasse no Brasil.
Por conta da indecisão de Bolsonaro, relatou a jornalista, assessores presidenciais afirmam que o tema passaporte da vacinação continua, pelo menos até o momento, “indefinido”.
Anvisa quer o passaporte
Recentemente, a Anvisa enviou um documento para o governo em que recomendava a implementação de comprovantes de vacinação contra a Covid-19 em fronteiras terrestres e aéreas do país.
No documento, que foi enviado à Casa Civil e aos ministérios da Saúde, da Infraestrutura e da Justiça, a Anvisa destacou a importância da adoção do passaporte já no final deste ano, pois é um período de festa e posteriormente de férias, o que aumenta o fluxo de estrangeiros no Brasil.
Em entrevista ao canal “Globo News”, Antonio Barra Torres, que é diretor-presidente da Anvisa, afirmou que espera que o governo tome a decisão de implementar o passaporte da vacinação o mais rápido possível.
No entanto, o Palácio do Planalto, até o momento, não se manifestou sobre o documento, que foi enviado no último dia 12 de novembro para o Executivo. Isso acontece, segundo Andreia Sadi porque, hoje, assessores presidenciais sabem que o ideal seria adotar imediatamente a recomendação.
Todavia, alguns outros integrantes do governo se mostram com uma opinião alinhada a de Bolsonaro, e seguem a linha de que o passaporte da vacinação ou qualquer outra medida que vise “limitar” a entrada de pessoas não é uma atitude correta a ser tomada.
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