O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) esteve na Câmara na quarta-feira (24) para receber a medalha de Mérito Legislativo, entregue em sessão solene no plenário. No evento, o chefe do Executivo viveu um misto de sensações, pois, de um lado, ouviu coros de “genocida”, partindo de parlamentares rivais, e, do outro, ouviu gritos de “mito”, por parte dos aliados.
Ao chegar na Câmara, Bolsonaro foi recebido pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Assim que chegou ao plenário, o presidente ouviu críticas da segunda secretária da Câmara, a deputada Marília Arraes (PT-PE).
Sem citar Bolsonaro nominalmente, a petista afirmou que o líder máximo da nação deve se comportar como representante do povo, mas nem sempre isso acontece. “Como sabemos o Poder Executivo, eleito de maneira majoritária, deveria se comportar como representante do povo”, começou a parlamentar.
“Mas, muitas vezes, esse pretenso povo age antidemocraticamente quando animado por espíritos sectários, taxando como inimigos e excluindo os divergentes da entidade unitária e mítica da qual julgam fazer parte aqueles que não se encontram dentro do seu cercadinho mental”, afirmou a deputada, em uma clara alusão ao chamado “cercadinho”, grupo de apoiadores que, diariamente, saúda o chefe do Executivo na porta do Palácio da Alvorada.
As vaias e demonstração de afeto dos aliados do presidente aconteceram no momento em que a cerimônia de entrega das medalhas começou. Na ocasião, Bolsonaro, que foi o primeiro a ser chamado, ouviu opositores gritando “genocida” e seus apoiadores respondendo o chamando de “mito”.
Apesar da provocação, Bolsonaro recebeu a medalha de Arthur Lira e não respondeu aos gritos dos opositores durante a entrega da honraria, criada em 1983 e entregue para aqueles que “prestaram serviços relevantes ao poder Legislativo ou ao Brasil”, segundo o site da Câmara.
Neste ano, outras pessoas já foram homenageadas com essa medalha. Dentre os principais nomes estão o Papa Francisco, o ministro de Relações Exteriores, Carlos França, o fotógrafo Sebastião Salgado e o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins.
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