O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recebeu uma visita ilustre nesta terça-feira (10) no Palácio do Planalto, em Brasília. Por lá, a Marinha, acompanhada de blindados e outros veículos militares, foi ao encontro do chefe do Executivo para lhe entregar um convite.
De acordo com a Marinha, o convite em questão é para que o presidente compareça a um treinamento de militares das três forças, que será feito em Formosa, Goiás, no próximo dia 16.
Os veículos das forças armadas saíram do Rio de Janeiro e chegaram em Brasília no mesmo dia em que a Câmara dos Deputados discute a proposta do voto impresso, medida defendida por Bolsonaro, que já chegou a ameaçar a realização das eleições de 2022 caso a medida não fosse adotada.
Todavia, o próprio presidente baixou o tom nos últimos dias, afirmando que respeitará o resultado da votação na Câmara, que deve mesmo sacramentar a derrota do projeto, visto que a maioria dos partidos na Casa já sinalizou que vai votar contra a medida.
Tentativa de intimidação
Na visão de alguns deputados e senadores, o ato deve ser classificado como tentativa de intimidação. Por conta disso, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) anunciou que ele, juntamente com a deputada Tabata Amaral (sem partido-SP), entrou com uma ação na Justiça contra a exibição militar.
“É um absurdo gastar recursos públicos em uma exibição vazia de poderio militar. As Forças Armadas, instituições de Estado, não precisam disso. Os brasileiros, sofrendo com as consequências da pandemia, também não precisam. O Brasil não é um brinquedo à disposição de lunáticos”, afirmou Alessandro Vieira em nota.
Já o presidente da Câmara dos deputados, Arthur Lira, em entrevista ao site “O Antagonista”, preferiu acreditar que o desfile no mesmo dia da votação foi obra do acaso. “Eu encaro isso como uma trágica coincidência. Não é que eu apoie essa demonstração. Bem verdade, eu procurei informações, essa operação Formosa acontece desde 88 aqui em Goiás”, disse Lira.
Em seguida, ele ressaltou que a exibição não foi inventada agora, mas existe um detalhe que salta aos olhos, que é o fato de que o ato nunca teve o itinerário que foi adotado nesta terça (10). “Não é uma coisa inventada, mas também nunca houve um desfile para a operação Formosa na Esplanada dos Ministérios que foi parar na frente do Palácio do Planalto”, disse o chefe da Câmara.
Pessoas contrárias e favoráveis marcaram presença no desfile
Enquanto acontecia o ato, algumas pessoas, tanto as favoráveis, quanto as contra o presidente Bolsonaro, estiveram no local e fizeram suas manifestações.
Nesse sentido, enquanto aqueles que são contra o chefe do Executivo clamavam pelo impeachment do presidente, os favoráveis reivindicavam atos inconstitucionais, como um golpe militar.
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