O presidente da república, Jair Bolsonaro (PL), ainda não sabe quem será seu candidato a vice-presidente nas eleições deste ano. De acordo com informações do jornal “Estadão”, o presidente deverá escolher alguém que esteja filiado ao “Centrão” ou que então tope fazer parte de alguma legenda do grupo.
Segundo o jornal, o mais provável é que o presidente sugira a uma das siglas do “Centrão” – PL, PP, Republicanos e PTB – alguém que seja de sua confiança, ou seja, seria um nome novo no partido, e não alguém que já figure entre as listas de filiados.
Nesse sentido, a aposta de aliados do chefe do Executivo é que o vice seja filiado ao PP, que é o maior partido do quarteto, o que tem maior peso em termos de estrutura nacional, tempo de exposição em rádio e TV e verbas dos fundos eleitoral e partidário.
Bolsonaro, nas últimas semanas, voltou a comentar que poderia ter, novamente, um general de quatro estrelas para compor a chapa, assim como é Hamilton Mourão (PTRB), seu atual vice.
No entanto, de fato, conta o pastor e deputado federal Marco Feliciano (PL-SP), um dos parlamentares mais próximos de Bolsonaro, também em entrevista ao “Estadão”, “ninguém sabe quem será o escolhido, a não ser o próprio presidente, pois será uma escolha dele”.
Todavia, existe hoje, segundo o “Estadão”, ao menos quatro nomes que são tratados com carinho pelo presidente, sendo eles:
- Os ministros da Defesa, Walter Braga Netto; das Comunicações, Fabio Faria; da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves;
- E o presidente da Caixa, Pedro Guimarães.
Atualmente, somente Fabio Faria tem mandato de deputado federal e escolheu se filiar ao PP. Segundo as informações, para que o plano de escolha e filiação possa dar certo, o nome precisa ser escolhido até o início de abril.
Isso porque, somente assim, seria possível cumprir o prazo de filiação, que exige que o candidato tenha escolhido seu partido, no mínimo, seis meses antes do primeiro turno – caso opte por um de seus ministros, o chefe da pasta escolhida terá que deixar o cargo no mesmo prazo.
Bolsonaro era ferrenho crítico do “Centrão”
Em 2018, enquanto almejava a cadeira de presidente, Bolsonaro afirmou que o “Centrão” reunia a “nata do que há de pior” no país. Todavia, pouco mais de três anos depois das seguidas declarações, Bolsonaro, além de dar espaço ao grupo, já afirmou que pertence à aliança.
“Eu sou do ‘Centrão’. Eu fui do PP metade do meu tempo. Fui do PTB, fui do então PFL. No passado, integrei siglas que foram extintas, como PRB, PTB. O PP, lá atrás, foi extinto, depois renasceu novamente”, declarou Bolsonaro em entrevista à rádio Banda B no ano passado.
“O tal ‘Centrão’, que chamam pejorativamente disso, são alguns partidos que lá atrás se uniram na campanha do [Geraldo] Alckmin [PSDB]. E ficou, então, rotulado Centrão como algo pejorativo, algo danoso à nação. Não tem nada a ver, eu nasci de lá”, acrescentou o chefe do Executivo na oportunidade, demonstrando uma opinião totalmente diferente do que foi pregado em sua campanha eleitoral.
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