O presidente da república, Jair Bolsonaro (PL), quer que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, adote uma postura mais radical. A informação foi revelada pela jornalista Andreia Sadi, da “Globo News”, que afirmou que o chefe do Executivo, segundo auxiliares dele, tem demonstrado uma insatisfação com a atuação do número um da Saúde.
De acordo com a jornalista, em publicação nesta segunda-feira (13), o fato de Bolsonaro não ter poder para demitir o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Barra Torres, tem feito ele acreditar que cabe ao líder da Saúde se contrapor ao chefe da agência, que tem publicado notas técnicas que objetivam o combate à pandemia da Covid-19.
Na terça-feira (07) passada, Marcelo Queiroga disse que era “melhor perder a vida do que a liberdade” ao comentar sobre as medidas que visam obrigar a quarentena aos viajantes vindos de fora do Brasil. De acordo com a jornalista, nem mesmo essa declaração, que chegou a “chocar” os aliados do presidente, deixou Bolsonaro satisfeito.
Segundo interlocutores de Bolsonaro, o que o chefe do Executivo deseja, de fato, é que Marcelo Queiroga “saia de cima do muro” a respeito da defesa, por exemplo, da narrativa do tratamento precoce contra a Covid-19, que utiliza medicamentos que a ciência já deixou claro: não são eficazes contra a doença.
Para Bolsonaro, afirmou a jornalista, Marcelo Queiroga “nunca defendeu com ênfase” a ideia do chefe do Executivo quanto ao tratamento precoce porque, como é médico, o líder da Saúde também quer “agradar a comunidade científica”.
Apesar disso, Queiroga continua no cargo
Mesmo com o descontentamento, a expectativa é que Marcelo Queiroga continue no cargo. Isso porque, pelo menos no curto prazo, não há alguém que possa substituir o ministro. “No entanto, o tema passou a ser tratado nos bastidores até porque Queiroga quer se candidatar em 2022, e precisará deixar o cargo em abril”, relatou Andreia Sadi.
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