Segundo o jornalista do portal “UOL”, Tales Farias, as informações vindas de Brasília são as de que a ideia de conseguir, no Senado, o impeachment de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), nunca passou pela cabeça do chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (sem partido).
De acordo com o jornalista, a ação encaminhada à Casa só teve um intuito: o de constranger e pressionar Alexandre de Moraes a se declarar impedido de comandar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022 e, consequentemente, ser o chefe durante as eleições presidenciais do próximo ano.
Hoje, o atual presidente do TSE é o ministro Luis Roberto Barroso, que dará lugar ao seu vice, Edson Fachin, que assume comando da corte em fevereiro de 2022, mas permanecesse no cargo somente até agosto.
Com isso, levando em consideração o critério de sucessão do tribunal, isto é, a data em que cada ministro assumiu uma cadeira no STF, a vaga será preenchida por Alexandre de Moraes, atual inimigo número um de Bolsonaro.
“Como caberá a ele presidir as eleições de 2022, Bolsonaro resolveu investir tudo em fazê-lo sentir-se incomodado em presidir uma eleição em que um dos principais candidatos seja seu inimigo pessoal”, publicou o jornalista do UOL nesta terça-feira (24).
Ainda conforme o jornalista, caso Alexandre de Moraes não se intimide e queira comandar as eleições, Bolsonaro já deu a entender que teria criado condições para ir ao STF, ou até mesmo ao TSE, pedir pelo impedimento do ministro.
“Ou seja, o presidente da República conseguiu estabelecer mais um tema polêmico para as eleições do ano que vem”, afirma Tales Faria, que relembra que, nos últimos meses, Bolsonaro tem se envolvido em diversas discussões de cunho eleitoral. Isso, a mais de um ano das eleições de 2020.
“Bolsonaro cria mais uma polêmica. Esta se junta a discussão sobre o voto impresso. Ele terá criado o caldo de cultura para tumultuar o pleito mais ainda, oferecendo argumentos para seus seguidores poderem dizer que as eleições não valeram”, afirma.
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