O atual presidente Jair Bolsonaro (PL) está em seu último mês à frente do Palácio do Planalto, após ter perdido as eleições, realizadas em outubro deste ano, para o chefe do Executivo eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vai para o seu terceiro mandato como chefe de Estado. Recentemente, o Brasil123 publicou que Bolsonaro tem sido “aconselhado” por aliados a tentar atrapalhar o começo da gestão de Lula.
Nesta segunda-feira (12), Andreia Sadi, jornalista do canal “Globo News”, relatou que, nos últimos dias, cresceu nos bastidores da política a informação de que o atual presidente pode usar sua caneta para “dar muita dor de cabeça a Lula”. Uma das medidas estudadas por Bolsonaro é editar uma Medida Provisória (MP) mantendo a isenção de impostos federais sobre os combustíveis – hoje, a previsão é de que a isenção termine no final deste ano.
De acordo com Andreia Sadi, estudos feitos por economistas avaliam que a “canetada” de Bolsonaro teria um impacto de R$ 53 bilhões para os cofres da União, um valor que equivale a cerca de um terço dos R$ 145 bilhões da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, criada para que a equipe de Lula consiga cumprir promessas de campanha como um Auxílio Brasil de R$ 600 – hoje, o projeto está tramitando no Congresso Nacional.
Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro usou a retirada dos impostos sobre os combustíveis como uma das ferramentas para tentar se reeleger. A estratégia não deu certo, mas de fato impactou nos preços dos combustíveis, que registraram uma grande queda com a decisão. Isso, após suscetíveis aumentos feitos pela Petrobras.
Segundo Andreia Sadi, Bolsonaro tem sido aconselhado por integrantes de sua cúpula de assessores mais radicais, apelidada de “gabinete do ódio”, a assinar qualquer documento que possa atrapalhar a transição, de forma a criar problemas para o futuro governo Lula. De acordo com a comunicadora, a estratégia tem até nome: “operação caneta Bic”.
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