Um levantamento feito por Datafolha e publicado neste sábado (05) pelo jornal “Folha de S.Paulo” mostra que, a cada dez eleitores, quatro que votaram no presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2018 não desejam votar no chefe do Executivo neste ano.
De acordo com o Datafolha, os números apurados na pesquisa mostram que a perda de apoio do presidente aconteceu com mais força em dois segmentos que ajudaram, e muito, na caminhada do chefe do Executivo ao Planalto.
O primeiro é o Sudeste, região mais populosa do país. O segundo é o segmento dos eleitores com ensino superior. Ambos os grupos registraram uma queda de quase 50% nas intenções de votos para Bolsonaro.
Ainda conforme o instituto, o ponto de partida para o derretimento nas intenções de voto em Bolsonaro aconteceu na metade de 2020, quando tanto os eleitores mais escolarizados quanto os que vivem nas grandes cidades do Sudeste desaprovaram o negacionismo do presidente diante da pandemia da Covid-19 e também a saída de Sergio Moro (Podemos) do governo.
Sergio Moro captou eleitores
Sergio Moro, inclusive, captou alguns votos de Bolsonaro. Prova disso é que hoje, o ex-ministro tem registrados percentuais acima da média entre eleitores com curso superior (13%) e no Sudeste (12%).
Nesse sentido, aponta o DataFolha, o alinhamento a Sergio Moro sugere que parte dos eleitores desses segmentos continuam no mesmo campo político de Bolsonaro. Na prática, isso significa que elas podem retornar para a base de votos do presidente. Isso, caso ele permaneça como o nome mais viável da direita até o dia da votação.
Bom para Lula
Por outro lado, uma parcela dos eleitores se juntaram a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que tem feito o candidato apresentar um crescimento significativo em relação ao desempenho de Fernando Haddad no primeiro turno das eleições realizadas em 2018.
Segundo o DataFolha, os números favorecem Lula, pois esses segmentos foram marcados pelo antipetismo na última campanha. No entanto, hoje, no Sudeste, Lula aparece com 43% das intenções de voto nas pesquisas, um número bem próximo da melhor marca do PT em pesquisas às vésperas do primeiro turno, 45% em 2002.
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