Após ter feito uma declaração falsa sobre a vacina da covid-19, afirmando que a composição continha grafeno, o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), voltou atrás sobre a afirmação e disse que houve um equívoco em sua declaração e pediu desculpas.
“Como é de conhecimento público sou entusiasta do potencial de emprego do óxido de grafeno, por isso inadvertidamente relacionei a substância com a vacina, fato desmentido em agosto de 2021″, disse Bolsonaro em publicação nas redes sociais.
O recuo de Bolsonaro após a declaração de uma notícia falsa e acompanhado a um pedido de desculpas é um fato rato. O ex-presidente realizou diversas declarações de teor parecido sobre as vacinas e jamais voltou atrás ou pediu desculpas por declarações falsas. Inclusive, as declarações falsas sobre a vacinação foram bastante criticadas devido ao alto nível de desinformação gerado entre os brasileiros.
As declarações sobre o grafeno na vacina ocorreu em um evento de filiação do Partido Liberal (PL) na cidade de Jundiaí, em um momento em que o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), ministro da Ciência no governo Bolsonaro, vinha argumentando sobre a importância da substância para o desenvolvimento econômico do Brasil. No entanto, nenhuma das bulas das vacinas contra a covid-19 possuem grafeno em sua composição.
Bolsonaro será julgado nesta semana por fake news
Nesta próxima semana, Bolsonaro será julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em um inquérito que investiga o abuso de poder político e dos meios de comunicação e a veiculação de mentiras sobre o funcionamento das urnas eletrônicas a embaixadores durante a campanha eleitoral de 2022. O julgamento poderá tornar Bolsonaro inelegível por até 8 anos.
Nesse sentido, Jair Bolsonaro poderá ser o primeiro ex-presidente a perder os direitos políticos por decisão da Justiça Eleitoral devido a práticas de crimes durante o exercício de seu mandato. Quando Lula ficou inelegível, foi pelo fato de ter sido condenado na Justiça comum, sendo enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
“Indicativos não são bons”, disse o ex-presidente sobre julgamento
Segundo o próprio ex-mandatário, os indicativos sobre o processo “não são bons”. “Estamos enfrentando um problema agora, até mesmo uma cassação, né? Uma condenação por inelegibilidade porque eu me reuni com embaixadores, antes do período eleitoral. Antes. Vamos enfrentar dia 22 agora, já sabemos que os indicativos não são bons, mas estou tranquilo”, declarou.
“Hoje em dia eu me sinto uma pessoa que já cumpri minha missão aqui na Terra, mas não estou morto ainda. E costumo dizer que, só depois de enterrado é que a gente vai embora de vez. Sabem como é que é a vida política de alguns, o que querem fazer contigo, as acusações, as perseguições. Mas tem que enfrentar os obstáculos e sabia que não seria diferente”, afirmou.
Bolsonaro aproveitou para criticar o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pelo encontro com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. “Vergonha devemos todos ter, de uma reunião do atual mandatário não com embaixadores, mas com ditadores. Como Ortega, na Nicarágua, Diaz-Canel, de Cuba, ou o Maduro, na Venezuela. Isso não é democracia. A união com esse tipo de pessoa é péssimo para o Brasil, nos envergonha aí fora”, disse.