Jair Bolsonaro (PL), presidente da República, participou nesta terça-feira (14) de um fórum de empresários realizado em São Paulo, capital. Na ocasião, o chefe do Executivo voltou a atacar Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e a levantar dúvidas infundadas quanto à confiabilidade do voto eletrônico e disparar contra o Superior Tribunal Federal (STF).
Durante sua participação no evento, Bolsonaro afirmou que não se pode “admitir no Brasil que um presidente da Câmara, do Senado ou do Supremo, ou alguns integrantes tenham o poder absoluto”. “Chega de bananas e demagogos na política brasileira que ficam falando bonito para vocês e, por trás, fazem outra coisa. Ninguém pode tudo”, disse o presidente.
Em outro momento, ele voltou a citar a presença das Forças Armadas na comissão de transparência criada pelo TSE para acompanhar o processo eleitoral. Nas últimas semanas, o presidente tem feito críticas públicas contra o TSE, alegando que a Corte não está dando ouvido aos militares, que teriam, segundo o presidente, “identificado, centenas de vulnerabilidades no sistema eleitoral eletrônico”.
Apesar da fala do presidente, na segunda, assim como publicou o Brasil123, o TSE publicou uma nota informando que as Forças Armadas enviaram 15 sugestões. Dessas, dez foram acolhidas, quatro serão analisadas no próximo ciclo eleitoral e apenas uma foi rejeitada.
Além das críticas ao TSE, Bolsonaro também fez críticas às decisões do STF com relação às operações em comunidades do Rio de Janeiro. “Os morros do Rio, onde o Fachin disse que a polícia não podia entrar nem sobrevoar helicópteros, estão cheios de fuzil. Os morros viraram um refúgio para bandidagem”, começou o presidente.
“Parabéns, ministro Fachin. Tremenda colaboração para o narcotráfico. Ora, isso é fake news ou verdade? Não podemos criticar decisões deles? Por que não? Quem eles pensam que são?”, completou Bolsonaro. Edson Fachin é o relator de uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) e determinou a elaboração de um plano de redução da letalidade policial em comunidades do Rio de Janeiro.
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