O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não gostou nenhum pouco de saber que seu indicado a uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, defendeu a operação Lava Jato.
De acordo com informações publicadas pelo jornalista Valdo Cruz, da “Globo News”, Bolsonaro afirmou sobre a desaprovação da opinião do ex-ministro da Justiça e ex-ministro da Advocacia Geral da União (AGU) durante uma reunião com aliados.
Ainda conforme o jornalista, Bolsonaro teve que falar sobre o assunto após aliados dizerem que não poderiam dar apoio a um candidato que defende a Lava Jato, fazendo alusão a sabatina de André Mendonça no Senado. A resposta de Bolsonaro sobre o assunto foi: “Também não gostei”.
Valdo Cruz relata que o chefe do Executivo teria ficado receoso com as informações publicadas pela colunista Mônica Bergamo, do jornal “Folha de S.Paulo”. De acordo com a jornalista, André Mendonça teria se encontrado com procuradores da operação em Curitiba, no Paraná.
Em nota, a assessoria de André Mendonça afirmou que os encontros foram para tratar de assuntos relacionados “à destinação de valores e encontro de contas entre os acordos de leniência celebrados pela Controladoria-Geral da União, Advocacia-Geral da União e o próprio Ministério Público Federal”.
Sabatina de André Mendonça
Por conta de uma regra na Constituição, indicados ao STF devem passar por uma sabatina no Senado. O ritual de André Mendonça ainda não foi agendado pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Segundo as informações, a data deve ser definida apenas depois do feriado de 07 de setembro. A demora para a sabatina acontece porque, assim como publicou recentemente o Brasil123, Davi Alcolumbre está aguardando para ver se Bolsonaro continuará ou não atacando o Judiciário.
A indicação de André Mendonça para o STF foi o cumprimento de uma promessa feita pelo chefe do Executivo, que desde que assumiu o cargo de presidente, vinha afirmando para a bancada evangélica no Congresso Nacional, que apoia o governo, que indicaria um ministro “terrivelmente evangélico” para a Corte.
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