O Itamaraty impôs, na quarta-feira (20), cinco anos de sigilo para os documentos que mostram detalhes da visita do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Rússia, quando ele se reuniu com o presidente daquele país, Vladimir Putin. De acordo com informações do portal “UOL”, o relatório foi produzido pela Embaixada do Brasil em Moscou.
O sigilo veio à tona após o partido PSOL ter pedido para ter acesso aos documentos. Em resposta, o Itamaraty afirmou que não poderia compartilhar os documentos, pois isso poderia “prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações internacionais do País”.
Assim como publicou o Brasil123, Bolsonaro esteve com o presidente da Rússia poucos dias antes de Vladimir Putin ordenar a invasão da Ucrânia. Por conta da viagem, o PSOL enviou 15 perguntas, incluindo uma questão sobre debates relativos às tensões entre os dois países e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Em resposta, o Itamaraty ressaltou ter enviado anteriormente à imprensa que não dá detalhes sobre a conversa, pois tão ato, divulgar sobre conversas do presidente, não é de competência do órgão.
Além da viagem de Bolsonaro
Além de pedir detalhes sobre a agenda de Bolsonaro na Rússia, o PSOL também queria saber sobre a presença Carlos Bolsonaro (Republicanos), vereador do Rio de Janeiro, na comitiva. De acordo com o Itamaraty, a definição sobre o grupo que acompanha o presidente “é da competência da Presidência da República”, tornando a dizer que a presença do parlamentar não gerou custos ao governo federal.
Não suficiente, a legenda também questionou o Itamaraty a respeito de conversas com representantes de aplicativos como o Telegram. Nas questões, buscou-se entender se o tema foi debatido, e se Carlos Bolsonaro participou dos encontros. Em resposta, o órgão disse que “não tem conhecimento da realização de eventos dessa natureza” durante a viagem à Rússia.
Custos da viagem
Detalhes sobre o que foi discutido na Rússia não foram revelados. Diferentemente dos custos por conta da viagem. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, a comitiva de Bolsonaro no país europeu custou bem caro.
Nesse sentido, segundo a pasta, as diárias, por exemplo, custaram US$ 96.850,27, o aluguel de veículos US$ 125.328, e outros US$ 890 foram usados com cerimonial. Além disso, também há o relato de que o gasto com intérpretes ficaram em US$ 9.645 e o gasto com escritório e material US$ 12.595 – a informação é que a hospedagem de Bolsonaro “foi integralmente custeada pelo Governo local”.
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