O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), reagiu com ironia à notícia de que a ex-chefe do Executivo Dilma Rousseff (PT) e do deputado federal Ivan Valente (PSOL) tiveram seus pedidos por indenizações negados pela Comissão de Anistia. Ambos de esquerda, os dois políticos pediram à comissão que fossem reparados pelo tempo em que ficaram presos e foram torturados durante a ditadura militar, que durou de 1964 a 1985. Bolsonaro nega que o Brasil tenha vivido uma ditadura.
Dilma Rousseff: a trajetória de tortura durante a Ditadura Militar
“Dilma Rousseff, perdeu! Quem sabe lá na frente, quando algum esquerdista voltar ao poder, espero que não aconteça, você receba”, disse o chefe do Executivo durante sua tradicional transmissão ao vivo nas redes sociais.
“Ivan Valente gosta de uma grana. Tentou pegar mais uma graninha do Estado com as barbaridades que fez no passado”, acrescentou Bolsonaro na transmissão, que aconteceu na noite desta quinta-feira (28), sem ter explicado a tortura à qual Dilma e Valente foram submetidos.
Por fim, ainda durante sua live, Bolsonaro revelou que vai revelar o valor que cada pessoa anistiada depois da ditadura recebe de pensão do Estado brasileiro por conta de fatos ocorridos no período.
Dilma já teve anistia reconhecida
Nesta quinta, a Comissão de Anistia negou, por unanimidade, a solicitação que a ex-presidente havia feito: uma indenização no valor de R$ 10,7 mil mensais por conta dos fatos que ela passou durante o período da ditadura militar. O argumento da comissão foi de que os integrantes do grupo não poderiam analisar a ação, pois a anistia de Dilma foi reconhecida pelo governo do Rio Grande do Sul.
Nesse sentido, a comissão argumentou que Dilma tentou utilizar o colegiado como uma via recursal contra o benefício do governo do Rio Grande do Sul. Por outro lado, no caso do deputado Ivan Valente, os membros da comissão ainda não explicaram o porquê da negativa em conceder uma indenização para ele.
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