O governo de Jair Messias Bolsonaro iniciou no ano de 2019, após vitória nas eleições de 2018, e teve seu término após a derrota nas urnas para o presidente Lula, em 2022. Estudos revelam que durante o seu governo mais de 1.400 novos clubes de tiros foram abertos em todo o Brasil.
Essa onda de clubes de tiro foi ocasionada pela política armamentista de Jair Bolsonaro e foi impulsionada pela facilitação do acesso a armas por pessoas comuns. Essa é a primeira vez que dados sobre clubes de tiros durante o governo de Jair Bolsonaro são compartilhadas.
A seguir é possível perceber o aumento ano a ano das atividades:
- 2019: 235;
- 2020: 299;
- 2021: 474;
- 2022: 475.
A atual legislação brasileira deixa a cargo do Exército analisar e aprovar a abertura de clubes de tiros, bem como autorizar que uma pessoa possa virar CAC ou que um caçador, atirador ou colecionador adquira uma nova arma dentro da lei.
A política do acesso a armas durante o governo de Jair Bolsonaro
Jair Messias Bolsonaro nunca escondeu a sua vontade de liberar mais o acesso a armas às pessoas comuns. Segundo ele, isso iria assegurar uma maior proteção a população.
O ex-presidente editou decretos que facilitaram o acesso a armas, inclusive as de grosso calibre e uso restrito, como fuzis, com critérios menos rígidos para posse e aquisição, bem como maior limite de munições disponíveis por ano para CACs.
Porém, mesmo defendendo essa tese até mesmo durante a companhia para a presidência, em 2022, os números da segurança pública em todo o Brasil vão de desencontro com a sua teoria.
Durante seu governo foi possível notar um aumento de mortes por armas de fogo. A facilitação de armas também chegou até bandidos que conseguiram adquirir armamento de forma legal.
A quantidade de pessoas com autorização para possuírem armas aumentou sete vezes nos quatro anos de governo Bolsonaro: de 117.467 (em 2018) para 813.188 (em 2022).
O número de autorizações em 2022, último ano do governo Bolsonaro, representa 46% de todas as autorizações sob a gestão do ex-presidente: 318.360 autorizações.
O governo de Lula o pensamento sobre a política armamentista
Luiz Inácio Lula da Silva sempre demonstrou-se avesso ao pensamento da facilitação de armas a população, mais um ponto que rivalizava durante os encontros de debates com Jair Messias Bolsonaro.
Os decretos do ex-presidente Bolsonaro foram parcialmente suspensos pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em setembro de 2022. No dia 2 de janeiro, o presidente Lula, o ganhador das eleições de 2022, revogou as normas sobre armas e definiu novas regras, dentre as quais a suspensão de novas concessões para CACs registrarem novas armas.
Também estipulou que novos CACs podem ter três armas, o limite vale para colecionadores, caçadores e atiradores.