Um levantamento divulgado nesta quinta-feira (17) pelo deputado federal Elias Vaz (PSB) com base em dados do Portal da Transparência mostram que o presidente da República Jair Bolsonaro (PL) e seus assessores gastaram mais de R$ 3,5 milhões com petiscos e alimentos servidos no avião presidencial durante os quatro anos de governo.
Dados mostram que, em 35 dias, Bolsonaro gastou R$ 4,2 milhões no cartão corporativo
Segundo o levantamento, de janeiro de 2019 a novembro deste ano, foram gastos R$ 3.580 milhões. Deste total, R$ 1.183 milhões foram usados neste ano com comida e bebida nas viagens no avião da Presidência. Nesse sentido, constata-se que 2022 foi o ano que mais houve gastos.
Em 2019, por exemplo, foram R$ 851 mil usados para cobrir as despesas citadas, enquanto em 2020 custaram R$ 656.117,38 e em 2021 R$ 889.583,37. Para o deputado, “esses valores absurdos colocam em xeque a imagem que o presidente quer passar, de um homem simples, que come farofa na rua, que gosta de macarrão instantâneo e leite condensado”.
“A grande verdade é que, enquanto 33 milhões de brasileiros passam fome, Bolsonaro está se refestelando com banquetes no avião. É revoltante”, diz o deputado, que mostrou no levantamento que o gasto envolve refeições prontas – que incluem café da manhã, almoço e jantar -, lanches (salgados e sanduíches), petiscos (castanhas, barras de cereais e frios), frutas, bebidas, doces e gelo.
Assim como mostrou o Brasil123, os gastos de Bolsonaro com seu cartão corporativo aumentaram 108% em período eleitoral, sendo que as faturas referentes a agosto, setembro e outubro de 2022 somam R$ 9.188.642,20, o que resulta em uma média de R$ 3.062.880,73 por mês.
No ano passado, o gasto mensal era, em média, de R$ 1.574.509,64. Os gastos disponíveis deste ano, de janeiro a outubro, são de R$ 22.751.636,53, a maior despesa registrada desde 2016.
Por conta desses gastos, Elias Vaz apresentou as informações à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara. Isso, com o objetivo de que seja feita uma auditoria no Tribunal de Contas da União (TCU) a fim de que seja detectado se “houve abuso no período eleitoral com recursos públicos”. No documento, o deputado pediu a análise do que causou aumento de despesas em relação à média anterior e se as faturas coincidem com a agenda de campanha.
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