O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), denunciou na terça-feira (17) o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) na própria Corte. De acordo com a jornalista da “Globo News” Andreia Sadi, o chefe do Executivo não avisou seus assessores chamados de “políticos profissionais” sobre a ação.
Ainda conforme a comunicadora, em publicação feita nesta quarta-feira (18), o gesto do presidente foi mais uma ação que teve como foco tumultuar o pleito de outubro e plantar o que integrantes do Judiciário chamam de “narrativa do impedimento e da conspiração“ para desgastar o ministro.
“Pessoas próximas afirmam que não existia a expectativa de vitória na ação”, explicou Andreia Sadi, completando que o intuito foi apenas criar um clima de suspeição. Isso porque, além de ser o comandante dos inquéritos que tem como foco Bolsonaro, familiares e aliados, Alexandre de Moraes será quem irá comandar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições.
Por conta disso, o intuito é agir neste momento e criar um ambiente propício para questionar a parcialidade de Alexandre de Moraes quando ele chegar ao comando do órgão máximo da Justiça Eleitoral brasileira.
“O presidente gosta e precisa antagonizar; não tem adversários, coleciona inimigos e, hoje, Moraes é o inimigo perfeito – posto que já foi ocupado por João Doria, Sergio Moro e contando”, disse Andreia Sadi.
De acordo com a jornalista, ministros do STF, e até integrantes da cúpula que cuida da candidatura de Bolsonaro, já declararam que a ação é arriscada, visto que um ataque a um ministro e considerado um ataque à toda corte e Judiciário.
É justamente por isso que aliados de Bolsonaro, como os que integram o centrão, apesar de afirmarem que estão ao lado do chefe do Executivo, ressaltam que a estratégia de duvidar das urnas e atacar ministros do STF é uma pauta pessoal de Bolsonaro e que eles não têm força para fazê-lo parar.
“Nos bastidores do Congresso, parlamentares avaliam que Bolsonaro intensificou os ataques porque parou de subir nas pesquisas”, explicou Andreia Sadi, relatando que a equipe do presidente havia feito projeções que, em maio, ele já estaria com vantagem em relação ao seu principal adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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