Bolsonaro se defendeu, nesta sexta-feira (15), das críticas de homofobia e transfobia devido a declarações que o mandatário fez na última quarta-feira (13), em Imperatriz, no Maranhão. Na oportunidade, Bolsonaro disse que seus apoiadores querem “o Joãozinho seja Joãozinho a vida toda”.
“Outro dia eu falei, ‘a mãe quer que o Joãozinho continue sendo Joãozinho’. Ah, declaração homofóbica. Meu Deus do céu. P…. onde nós iremos? Cedendo para as minorias. As leis existem, no meu entender, para proteger as maiorias. As minorias têm que se adequar”, declarou Bolsonaro.
As declarações de Bolsonaro não estão de acordo com a Constituição, que respeita os direitos de minoria, sendo proíbido qualquer tipo de discriminação, seja pela raça, etnia, religião ou sexo. Com isso, é garantido a cada brasileiro o direito de ser diferente sem que seus direitos sejam perdidos.
Bolsonaro realizou tais declarações em um culto evangélico da Igreja Assembleia de Deus em Juiz de Fora, cidade onde levou a facada em 2018, estando cercado de pastores e apoiadores do governo. “Depois de quase quatro anos, eu retorno a Juiz de Fora. Os médicos diziam que: a cada cem pessoas que levam facada, uma tinha que sobreviver. Alguns acham que é sorte, eu acho que é outra coisa. É a mão de Deus. Eu tenho certeza”, disse.
Seu discurso durou mais de uma hora, abordando temas como: economia, pandemia, além de ter realizado críticas ao ex-presidente Lula, ao retorno da esquerda ao poder nos países sul-americanos e a cantora Anita, que criticou o atual mandatário e declarou apoio a Lula.
“Teve uma cantora esses dias que falou um montão de abobrinha. Vou tatuar isso e não-sei-o-que-lá, vou fazer aquilo. Falou de uma pessoa, estou dando maior apoio para você. Libera aí a maconha. E a garotada segue essas pessoas”, disse Bolsonaro.
Não são as primeiras declarações homofóbicas de Bolsonaro
Bolsonaro costuma realizar declarações homofóbicas com certa frequência. Ainda em 2011, quando era deputado, Bolsonaro disse que: “seria incapaz de amar um filho homossexual. Não vou dar uma de hipócrita. Prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí”.
Já em 2019, em conversa realizada com jornalistas, Bolsonaro declarou que: “quem quiser vir aqui [ao Brasil] fazer sexo com uma mulher, fique à vontade. O Brasil não pode ser um país de turismo gay. Temos famílias”.
Nesta quinta-feira, a ministra do STF, Rosa Weber, encaminhou para a Procuradoria-Geral da República um pedido de investigação contra o presidente Jair Bolsonaro devido às falas transfóbicas e homofóbicas proferidas na cidade de Imperatriz.
O pedido de investigação nasceu após uma notícia-crime ter sido protocolada pela vereadora de São Paulo, Érika Hilton (PSOL), que é a primeira transexual eleita para uma vaga na Câmara Municipal de São Paulo, sendo a mulher mais votada nas eleições de 2020.
“O discurso proferido pelo Noticiado aqui retratado representa uma conduta ilegal, reprovada pelo ordenamento jurídico brasileiro como um crime”, diz a ação”. Desde 2019, o crime de homofobia deve ser equiparado ao de racismo, devido a uma decisão do STF.