Nesta quinta-feira (29), acontece, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o julgamento que pode custar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a sua inelegibilidade pelos próximos oito anos. Segundo o jornalista Valdo Cruz, do canal “Globo News”, o ex-chefe do Executivo espera outros reveses na Justiça.
De acordo com o comunicador, aliados do ex-presidente acreditam que ele deve ser indiciado pela Polícia Federal e ainda condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em investigações e inquéritos que estão em andamento nas duas entidades.
“O TSE é só o começo. Não vai parar por aí. A PF vai indiciar o Bolsonaro e o STF vai condená-lo”, afirmou em entrevista ao jornalista um interlocutor do ex-presidente, que ainda completou que, na sua visão, o principal responsável é o próprio ex-comandante do Palácio do Planalto, que acabou gerando provas contra si mesmo durante o ano passado.
Em 2022, por exemplo, ano das eleições que culminaram na saída de Bolsonaro, que perdeu a disputa para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o até então presidente foi aconselhado por ministros a ser mais cauteloso, evitando assim o embate direto com o STF – ele também foi alertado sobre a necessidade de se frear a estratégia de desacreditar as urnas eletrônicas.
Para pessoas próximas a Bolsonaro, como seus ex-ministros, ele ultrapassou limites da legalidade porque acreditava na reeleição. Após a derrota nas urnas. O ex-presidente continuou ameaçando não aceitar o resultado eleitoral.
Todavia, como ele acabou não tendo o apoio das Forças Armadas, como admitiu o ex-ajudante de ordens Mauro Cid em conversas com o coronel Jean Lawand Junior, acabou cedendo e aceitando a derrota para Lula nas eleições presidenciais.
Por conta do cenário relatado, de acordo com Valdo Cruz, aliados de Bolsonaro afirmam que, hoje, não acreditam que os advogados do ex-presidente conseguirão reverter a perda de direitos políticos, o que permitiria que ele disputasse a eleição de 2026.
Essa inelegibilidade, caso confirmada, tirará Bolsonaro da disputa política pelos próximos oito anos. Com isso, relata o jornalista do canal “Globo News”, o ex-presidente tende a ser encarregado de operar como cabo eleitoral da direita e extrema-direita, buscando vender a imagem de que foi alvo de uma perseguição política pelo Judiciário.
Atualmente, dois políticos aparecem como possíveis substitutos de Bolsonaro na direita. O primeiro, e mais cotado para o posto, é Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo. O outro é Romeu Zema (Partido Novo), governador de Minas Gerais.
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