Na semana passada, o Brasil123 publicou uma matéria dizendo que o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro do Supremo Tribuna Federal (STF) Alexandre de Moraes estiveram juntos durante a entrega do convite do chefe do Executivo para a cerimônia de troca no comando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e não se falaram.
Nesta quinta-feira (17), Bolsonaro afirmou que até tentou falar com Alexandre de Moraes, que estava acompanhado do também ministro Edson Fachin, mas acabou sendo ignorado duas vezes pelo ministro. “Ele não me respondeu nas duas vezes que tentei conversar”, disse o presidente à Jovem Pan.
Em seguida, o chefe do Executivo disse que, depois do encontro, os dois ministros “foram ao Senado encontrar o presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e ali decidiram, inclusive, que a CPI das Fake News deveria voltar a funcionar”, afirmou.
Ainda na entrevista, Bolsonaro relatou que o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e os comandantes das Forças Armadas, estavam em seu gabinete por “coincidência” no momento da reunião com os integrantes do STF.
Na semana passada, foi anunciado que o encontro aconteceu de forma relâmpago e protocolar e que a cúpula das Forças Armadas não era esperada pelos ministros. No entanto, essa foi a primeira vez que veio à tona o suposto fato de que Bolsonaro tenha sido ignorado.
Alexandre de Moraes é o relator dos inquéritos que hoje estão no STF e investigam o presidente, como o inquérito das Fake News e o da divulgação de dados sigilosos da Polícia Federal (PF).
No ano passado, durante os atos de 07 de Setembro, Bolsonaro chegou a ameaçar Alexandre de Moraes que não iria mais cumprir suas ordens. No começo deste mês, os nomes dos dois voltaram à tona quando o ministro ordenou que o chefe do Executivo fosse pessoalmente depor na PF – Bolsonaro não foi.
Durante a entrevista à “Jovem Pan”, realizada da Rússia, onde o Bolsonaro se encontrou com o chefe Executivo local, Vladimir Putin, o presidente disse que Alexandre de Moraes e outros dois ministros do STF: Edson Fachin e Luís Roberto Barroso, têm “perseguição claríssima” contra ele, e que o objetivo é trazer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de volta.
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