Jair Bolsonaro (PL), presidente da República, afirmou que dará para Volodymyr Zelensky, chefe do Executivo da Ucrânia, a solução para a guerra enfrentada no país, invadido pela Rússia em fevereiro deste ano. A declaração foi realizada nesta quinta-feira (14) enquanto Bolsonaro chegava ao Palácio do Planalto.
De acordo com o presidente, em breve ele se encontrará com Volodymyr Zelensky, em uma reunião que, segundo o chefe do Executivo brasileiro, foi pedida pelo próprio presidente da Ucrânia. “Vou dar minha opinião a ele o que eu acho. A solução para o caso [guerra]. Eu sei como seria a solução do caso. Mas não vou adiantar. A solução do caso… Como acabou a guerra da Argentina com o Reino Unido em 1982? É por aí”, afirmou Bolsonaro.
A guerra entre Argentina e Reino Unido, citada por Bolsonaro, durou aproximadamente três meses e aconteceu por conta de uma ilha, a Ilha das Maldivas. O conflito só terminou quando a Argentina se rendeu, ou seja, o presidente brasileiro deu a entender que seu conselho ao chefe do Executivo da Ucrânia será para que ele se entregue à Rússia.
“A gente lamenta. A verdade são coisas que dói, machuca, mas você tem que entender. Foi ele que buscou conversa conosco. E eu disse de imediato que conversaria com ele, sim. Ele tem um país grande para administrar. Tudo que foi acordado com o presidente Putin está sendo cumprido. Da minha parte e da parte dele”, disse Bolsonaro.
Segundo o presidente brasileiro, a Guerra tem causado transtornos que vão muito além da Ucrânia ou Rússia. “Vou conversar bastante com ele [Zelensky]. É um liderança e vou dar minha opinião para ele. Essa guerra tem causado transtorno não só para o Brasil”, concluiu Bolsonaro.
Em junho, durante um encontro com Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, Bolsonaro lamentou a Guerra na Ucrânia, ressaltando, todavia, que tem um país para administrar. “Queremos a paz e faremos tudo para que a paz seja alcançada. Lamentamos os conflitos, mas tenho um país para administrar. E pelas suas dependências, temos que ser sempre cautelosos”, disse ele.
Bolsonaro tem tentado se mostrar neutro, pois teme que falar em prol da Ucrânia atrapalhe a sua relação com a Rússia, comandada pelo presidente Vladimir Putin, que foi quem ordenou que as tropas russas invadissem o território ucraniano. O Brasil é dependente da Rússia, por exemplo, em fertilizantes.
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