O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que vai à Justiça para tentar obrigar que a Petrobras reduza o preço dos combustíveis. Durante sua declaração, feita na noite de quinta-feira (12), no entanto, ele confessou que acredita que as chances de uma decisão favorável são remotas.
“A gente espera redução do preço. Vamos ter que recorrer à Justiça. Sabemos que, quando eu recorro, é quase impossível eu ganhar”, afirmou Bolsonaro durante sua tradicional live transmitida nas redes sociais.
Nos últimos dias, Bolsonaro tem passado a criticar mais ainda a estatal por conta dos reajustes seguidos da empresa nos combustíveis. Isso porque os aumentos influenciam diretamente na disparada da inflação, tema que preocupa o chefe do Executivo, que tentará se reeleger neste ano.
Durante a live, Bolsonaro afirmou que tem feito o possível para que a Petrobras entenda o seu papel. Isso, segundo o chefe do Executivo, tem sido feito sem interferência, apenas com mudanças como a troca do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
“Estamos fazendo o possível na Petrobras, sem interferência, para ela entender seu papel. Entender como? Fazendo aqui mudanças, como fizemos no Ministério de Minas e Energia. Ministro Bento foi quem pediu para sair. Tínhamos um pequeno problema na Petrobras, ele decidiu assinar sua saída do Ministério de Minas e Energia“, disse o presidente.
Mais críticas a Petrobras e a governadores
Em outro momento da live, Bolsonaro voltou a criticar os ganhos da Petrobras, que registrou um lucro líquido de R$ 44,56 bilhões no primeiro trimestre do ano. Na ocasião, além de chamar o lucro de “absurdo”, o presidente voltou a cobrar que governadores reduzam a alíquota do ICMS para diminuir o preço do diesel e do gás de cozinha.
Segundo o presidente, ele “abriu mão” do imposto federal do diesel e do gás de cozinha, mas não pode fazer o mesmo com o ICMS, que é um imposto estadual. Nesse sentido, ele afirma ter sancionado uma lei que, em tese, diminuiria em 30 centavos o preço do diesel. No entanto, o resultado foi completamente oposto.
“Eu sancionei uma nova lei, onde, no final das contas, tendo em vista a fórmula de cálculo do ICMS, o diesel tinha que reduzir 0,30 centavos. Poucas semanas depois, em uma reunião do Confaz, eles aumentaram em 0,30 centavos”, disse ele, completando que “a arrecadação do ICMS dos combustíveis tem batido recorde ano após ano”.
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