Depois de muita dúvida sobre a permanência ou não de Paulo Guedes no comando do Ministério da Economia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta sexta-feira (22), que o chefe da pasta continua no cargo. Segundo Bolsonaro, que afirmou que seu governo não fará “nenhuma aventura” na economia, ele tem uma “confiança absoluta” em Paulo Guedes.
A declaração do presidente foi na tarde desta sexta-feira (22) durante sua visita ao Ministério da Economia, que tem vivido dias atribulados por conta da debandada ocasionada pelo pedido de demissão de quatro secretários da pasta, e também por conta da discussão sobre a regra do teto de gastos públicos.
“Tenho confiança absoluta nele, ele entende as aflições que o governo passa. Guedes assumiu em 2019, fez um brilhante trabalho, quando começou 2020, a pandemia, uma incógnita para o mundo todo”, declarou Bolsonaro, que ainda disse que não fará nenhuma “aventura”.
“Deixo claro a todos os senhores: esse valor decidido por nós tem responsabilidade. Não faremos nenhuma aventura. Não queremos colocar em risco a nada no tocante à economia”, afirmou Bolsonaro sobre os R$ 400 que devem ser distribuídos aos beneficiários do Auxílio Brasil a partir de 2022.
Na economia Brasil sofre menos, diz Bolsonaro
Durante seu discurso, Bolsonaro voltou a falar que o Brasil é o país que mais tem crescido economicamente falando. Ainda de acordo com ele, as dificuldades na economia devido ao crescimento da inflação não são um problema exclusivo do Brasil, mas sim de todos as nações – de acordo com especialistas, os níveis de inflação estão realmente elevado, mas as tensões políticas têm impulsionado ainda mais as pressões inflacionárias no Brasil por conta da alta do dólar.
“Na economia, o Brasil é um dos que menos está sofrendo, podemos crescer 5% no corrente ano. Há uma massa de pessoas, os mais necessitados, são 16 milhões de pessoas no bolsa família. O ticket médio, em R$ 192, e a gente ve esse valor como insuficiente pro mínimo”, declarou o chefe do Executivo.
Paula Guedes comenta debandada
Bolsonaro realizou seu pronunciamento ao lado de Paulo Guedes, que comentou sobre a saída de quatro dos principais secretários da pasta ligados à área fiscal, responsáveis por gerenciar os gastos de governo. De acordo com ele, a saída foi algo natural.
“Eles querem que o auxílio mensal fique no R$ 300, que fique dentro do teto. A ala política, naturalmente, olhando para fragilidades dos mais vulneráveis, diz ‘olha, nós precisamos gastar um pouco mais’. Tem que haver uma linha de equilíbrio aí”, disse Paulo Guedes.
De acordo com o chefe da pasta, o Auxílio Brasil está dentro das regras do teto de gastos. Todavia, ele ressalta que a ala política do governo queria um valor bem maior, de R$ 600 ou R$ 700. No entanto, um meio termo, os R$ 400, precisou ser encontrado. “Houve uma falta de comunicação e falta de boa vontade com o governo, gerando uma guerra intestina, que está todo mundo brigando com todo mundo”, salientou Paulo Guedes.
Leia também: Guedes afirma que prioridade do governo é a questão social