Jair Bolsonaro (PL), presidente da República, deu uma notícia ruim aos servidores públicos nesta terça-feira (07) ao dizer que, “pelo que tudo indica”, esses profissionais não terão nenhum reajuste salarial neste ano. A declaração de Bolsonaro foi dada durante sua entrevista ao “SBT”, e representa mais um capítulo da novela entre os servidores e o governo federal, que tenta encontrar, desde o final do ano passado, uma forma de reajustar os vencimentos desses profissionais.
O grande entrave para o aumento da remuneração é o Orçamento da União, que não permite que o governo adicione essas despesas nas contas públicas. Por conta das finanças apertadas, Bolsonaro chegou a sinalizar que iria priorizar as categorias policiais.
No entanto, a atitude em prol de uma de suas principais bases de apoio gerou uma onda de insatisfação das demais classes de servidores, que prometeram uma greve geral caso a ideia de Bolsonaro fosse para frente.
Em maio, assim como publicou o Bras123, Paulo Guedes, ministro da Economia, disse que os servidores federais poderiam ter um reajuste de até 5%, o que seria uma forma de ao menos corrigir os vencimentos por conta da alta da inflação.
Nesta terça, no entanto, Bolsonaro indicou que nem mesmo essa pequena porcentagem será possível. “Lamento, pelo que tudo indica não será possível dar nenhum reajuste para os servidores no corrente ano”, disse o presidente.
Com isso, ainda conforme o chefe do Executivo, esses reajustes ficam para o próximo ano. “Mas já está na legislação nossa, a LOA [Lei Orçamentária Anual], etc., de que para o ano que vem teremos reajustes e reestruturações”, disse Bolsonaro.
Corte no Orçamento
Na segunda-feira (06), o governo revelou ter desistido de manter a reserva de R$ 1,74 bilhão que seria utilizada para arcar com parte do reajuste dos servidores federais. Com a decisão, o bloqueio, que seria de R$ 8,2 bilhões, caiu para R$ 6,96 bilhões. Também na segunda, o Brasil123 publicou uma matéria explicando que a atitude de barrar a utilização desse dinheiro vai impactar em áreas como saúde e ciência.
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