Para o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), somente uma pessoa “psicopata” e “imbecil” pode ver as manifestações de seus apoiadores no 1º de Maio deste ano e no 7 de Setembro de 2021 como antidemocráticas.
A declaração de Bolsonaro foi feita nesta domingo (15) depois que ele andou de moto e visitou feiras em Brasília. Na ocasião, o chefe do Executivo também pilotou uma moto aquática em “lanchaciata” organizada por seus apoiadores.
“Não estou atacando de forma nenhuma. Só um psicopata ou imbecil para dizer que os movimentos de 7 de setembro e 1º de maio são atos que atentam contra a democracia. Quem diz isso é um psicopata ou imbecil”, afirmou Bolsonaro.
Em ambos os atos mencionados pelo presidente, registrou-se pedidos de destituição de magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF), o que é inconstitucional, e ataques feitos nominalmente a alguns dos membros da Corte. No primeiro, em 07 de Setembro, por exemplo, Bolsonaro afirmou que não iria mais cumprir decisões judiciais do ministro Alexandre de Moraes.
Tal declaração gerou uma das principais crises institucionais da gestão do presidente, que divulgou uma carta depois da declaração voltando atrás na ameaça, dizendo que não tinha a intenção de descumprir qualquer ordem vinda do Supremo e que iria parar de alfinetar o Judiciário.
No mês passado e no começo deste mês, no entanto, a crise entre Executivo e Judiciário voltou à tona. Muito por conta dos protestos de 01 de Maio, e também devido ao perdão de Bolsonaro ao deputado bolsonarista Daniel Silveira (PDT), que havia sido condenado a oito anos e nove meses de prisão por ataques ao STF e ameaças aos ministros da Corte.
Dignos de pena, diz Bolsonaro
Também neste domingo, Bolsonaro disse que pessoas que exibem faixas com pedidos de AI-5, o ato mais repressivo da ditadura militar, são dignos de pena. “Um maluco levanta uma faixa lá, ‘AI-5’. Existe AI-5? Tem que ter pena do cara que levanta a faixa do AI-5. O AI-5 foi lá na época dos anos 60”, disse Bolsonaro.
Por fim, o presidente ainda voltou a colocar em dúvida o processo eleitoral, mesmo sem ter apresentado nenhuma prova. De acordo com o presidente, ele não é obrigado a acreditar nos membros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que defendem que o processo eleitoral é seguro.
“Nós queremos eleições limpas. Uma pessoa fala que é limpa e eu tenho que acreditar? Eu vou ter que acreditar no senhor Barroso, no seu Fachin, seu Alexandre de Moraes?”, disse ele, completando: “Se nós podemos aperfeiçoar, por que não aperfeiçoar? Por que fazer eleições sob suspeição? Acaba com isso”.
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