Jair Bolsonaro (PL), presidente da República, afirmou neste sábado que levantamentos feitos pelos institutos de pesquisa antes do primeiro turno renderam de dois a três milhões de votos para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – o chefe do Executivo não apresentou provas de como chegou ao cálculo.
A declaração de Bolsonaro foi feita no momento em que ele cumpria agenda em Fortaleza, no Ceará. Na ocasião, ele foi perguntado por um jornalista o porquê de alguns aliados, diferentemente do presidente, conseguiram um bom desempenho eleitoral no Nordeste.
“É muita desinformação praticada pelo PT, muita mentira”, começou Bolsonaro. “Não gosta de nordestino, não gosta negro, vai acabar o ‘Bolsa família’, vai aumentar o preço da gasolina’. É o tempo todo assim. Muita gente acredita nisso. A gente vai desmentindo isso daí”, completou o chefe do Executivo.
Durante a conversa com jornalistas, ele também reclamou dos institutos de pesquisas eleitorais, dizendo que ele foi prejudicado por conta dos resultados distante da realidade apresentado pelas empresas. “Pode ter certeza de que também fomos prejudicados por isso: pesquisas mentirosas. Teve gente que perdeu uma eleição porque o pessoal resolveu investir em outro porque a pesquisa para aquele cara estava lá embaixo”, disse Bolsonaro.
Por fim, sem apresentar nenhuma prova, Bolsonaro calculou sua suposta perda por conta das pesquisas de intenções de votos. “Ou seja, com toda certeza, essas pesquisas mentirosas arranjaram dois, três milhões de votos para o Lula”, disse o atual presidente da República.
Bolsonaro diz ter votos para vencer
Em outro momento, antes da entrevista, Bolsonaro, durante discurso para apoiadores, disse que está revertendo votos para derrotar Lula no segundo turno das eleições. “Estamos revertendo votos do primeiro turno […] Acredito que já tenhamos o suficiente para falarmos em vitória. Temos alguns dias pela frente”, disse o presidente.
A questão econômica é uma das apostas para que Bolsonaro vire a disputa. Durante seu discurso, o presidente afirmou ter resolvido a inflação, mesmo com ela ainda estando fora da meta prevista pelo Banco Central. “Resolvemos a questão da inflação, que estava aumentando e muito”, disse.
Nos últimos três meses, a inflação no Brasil retraiu, muito por conta da diminuição dos impostos estaduais. Nos seis primeiros meses do ano, o índice era de mais de 10%. Agora, está em 7,17%, um índice acima dos 5% que era a meta do Banco Central.
Leia também: Ministra do TSE proíbe que campanha de Bolsonaro veicule propaganda que diz que Lula defende aborto