O presidente da república, Jair Bolsonaro (PL), usou suas redes sociais nesta quarta-feira (13) para responder um usuário, dizendo que apenas “em 100 anos”, será possível saber os motivos que levam o seu governo a impor sigilo sobre “assuntos polêmicos” que o envolvem. Durante o governo de Bolsonaro, em mais de uma oportunidade, a gestão do presidente decretou segredos sobre informações referentes ao Chefe do Executivo ou aliados por meio da Lei de Acesso à Informação.
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Por conta disso, um internauta, identificado como Lucas Elias Bernardino, questionou o presidente em um post que ele fez sobre a legalização do aborto. “Presidente, o senhor pode me responder por que todos os assuntos espinhosos/polêmicos do seu mandato, você põe sigilo de 100 anos? Existe algo para esconder?”, indagou.
“Em 100 anos saberá”, replicou o presidente, que em julho do ano passado viu sua gestão impor um segredo de 100 anos sobre informações dos crachás de acesso ao Palácio do Planalto emitidos em nome de Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filhos do chefe do Executivo.
Na ocasião, esses dados foram pedidos pela revista “Crusoé”, que ouviu da Secretaria-Geral da Presidência que as informações estavam relacionadas “à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem dos familiares” de Bolsonaro. Antes disso, em janeiro de 2021, o Palácio do Planalto havia decretado até 100 anos de sigilo para o acesso ao cartão de vacinação de Jair Bolsonaro.
A medida foi em resposta à solicitação do “O Globo”, que queria dados sobre as doses de imunizantes aplicadas no presidente. Na ocasião, o governo disse que as informações “dizem respeito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem” do presidente, que afirmou que não iria se vacinar e ainda colocou em dúvida a eficácia desses imunizantes.
Outro ato de sigilo por 100 anos aconteceu em junho de 2021. Desta vez, a determinação foi feita pelo Exército, que impôs um sigilo de 100 anos ao processo interno que apurou a presença do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que foi investigado por ter participado de um ato político no Rio de Janeiro com apoiadores de Bolsonaro.
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