Jair Bolsonaro (PL), presidente da República, esteve em Barreiras, na Bahia, em um comício realizado na cidade, a quatro dias do segundo turno das eleições, marcado para o próximo domingo (30). Na ocasião, o chefe do Executivo atacou seu rival, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dizendo que o petista foi ao Rio de Janeiro para se encontrar com traficantes.
Na semana passada, Lula esteve no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, e foi alvo de ataques depois de ter posado usando um boné com a sigla “CPX”. Nas redes sociais, aliados de Bolsonaro afirmaram que a sigla era referente a uma gíria de grupos criminosos.
Todavia, a afirmação não é verdadeira, visto que “CPX” nada mais é do que a abreviação para “complexo”, nome dado às favelas cariocas. A sigla é utilizada não somente pelos moradores como também pela polícia, pelo governo e se encontra até mesmo na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2023 do estado do Rio.
De acordo com Bolsonaro, seu governo dá exemplo, trabalha e teve a coragem de transferir as lideranças do crime organizado de São Paulo para presídios federais. “Enquanto isso, o Lula vai nas comunidades do Rio de Janeiro se encontrar com traficantes”, afirmou o presidente.
“Essas comunidades onde a grande maioria, quase a totalidade do povo, são as pessoas trabalhadoras e honestas. E ele não foi lá se encontrar com trabalhador, foi lá se encontrar com traficante”, disse Bolsonaro, acusando ainda Lula de “ter prometido alguma coisa para esses marginais”.
Ainda no encontro, Bolsonaro tornou a dizer que Lula é “bandido” e “mentiroso” ao citar a transposição do Rio São Francisco e a promessa do petista, que disse que os brasileiros voltarão a comer picanha caso ele seja eleito novamente como chefe do Executivo.
“Lula prometeu água e não levou. Agora, esse picareta diz que vai dar picanha para o povo. Mentiroso. Sem caráter. Sem moral. Bandido descondenado. Cercado de ladrões. Tanto é que não tem coragem de apontar quem vai ser um só ministro do seu governo. Porque só tem bandido do lado dele. Nós não queremos isso para o nosso Brasil”, disse aos gritos Bolsonaro.
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