De acordo com o presidente da República, Jair Bolsonaro, as “verdades” sobre o Brasil serão levadas ao conhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU). O político pretende expor a situação do país, bem como o que ele representa para o mundo durante a Assembleia Geral da ONU marcada para a semana que vem.
Nesta quinta-feira, 16, a ONU voltou atrás na decisão de exigir o comprovante de vacinação das autoridades que se farão presentes no referido evento. De certa forma, esta alteração nas regras agirá a favor de Bolsonaro que se posiciona contra a vacinação contra a Covid-19, e portanto, ainda não se imunizou contra a doença.
Acredita-se que entre as citações que Bolsonaro pretende fazer no discurso da ONU, está as menções ao Poder Judiciário, forte rival e crítico do presidente. Há poucos dias, Bolsonaro chegou a mencionar que tudo no país pode ser renovado, se referindo ao Judiciário. A declaração foi feita após o presidente alegar que é um “soldado que está na frente da batalha” reclamando dos ataques contra ele e a família.
“Vamos aos poucos mudando o destino do Brasil. Tudo pode ser renovado. Como renova o Executivo, o Legislativo e também o Judiciário”, reforçou. Um dos maiores objetivos de Bolsonaro é trocar os ministros do STF, lembrando que estes só podem ocupar o cargo até completarem os 75 anos de idade, limite determinado para obter a aposentadoria compulsória.
Desde o início do atual mandato de Bolsonaro, dois ministros da Suprema Corte já deixaram o cargo devido ao quesito da idade. O ministro Celso de Mello foi substituído por Kássio Nunes Marques. Mas a indicação original do presidente visava a inserção de André Mendonça no lugar de Marco Aurélio Mello, o que não foi possível até o momento diante das dificuldades de análise do nome.
Sem dar maiores detalhes, Bolsonaro proferiu o que se assemelham a “carapuças” a colegas políticos. Ele ressaltou que a função dele como chefe do Executivo é o local por onde “você passa a reconhecer a amizade, o apoio de boas pessoas, mas também passa a conhecer aqueles que não têm compromisso com a sua nação”. Em complemento ele disse que não iria citar nomes, apenas dar continuidade no seu trabalho com fé de que conseguiria renovar a nação.
Em menção ao que abordará efetivamente em seu discurso na ONU, Bolsonaro citou a possível insegurança alimentar, caso o marco temporal seja aprovado pelo STF. Ele também mencionou a demarcação de novas terras indígenas, sendo que hoje, de todo o território nacional, 13% consiste em terra indígena já consolidada. Portanto, se for preciso promover um novo marco temporal, essa área pode dobrar de tamanho.
Ele aguarda ansioso que a análise do STF considere o marco temporal referente a 1988 para o bem do Brasil e do mundo. O presidente diz que existe bastante pressão em torno do tema, requerendo uma demarcação equivalente à Alemanha e à Espanha, mas destaca que se isso acontecer, os reflexos podem ser mundiais.