Jair Bolsonaro (PL), presidente da república, afirmou neste sábado (16) que o governo marcará uma reunião com o WhatsApp. O motivo: discutir o acordo do aplicativo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Já conversei com o Fábio Faria [ministro das Comunicações], vai conversar com representante do WhatsApp aqui no Brasil para explicar o acordo”, afirmou o presidente em entrevista à CNN em alusão à parceria entre o tribunal e o aplicativo.
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Nessa aliança, dentre outros temas, ficou firmado que o WhatsApp adiaria a implementação de um novo recurso no Brasil para após as eleições gerais. “Se ele [WhatsApp] pode fazer um acordo com o TSE, pode fazer comigo também, por que não?”, questionou o presidente.
“Essa última informação agora que o WhatsApp pode ter uma política mundial, ninguém vai reclamar. Agora, [por que] apenas para o Brasil o disparo em grupo poderá ser realizado depois das eleições? ‘Ah, depois das eleições não vai ter mais fake news?’”, questionou novamente o chefe do Executivo.
Essas declarações foram dadas por Bolsonaro no Guarujá, no litoral de São Paulo. O presidente está no local desde sexta-feira (15) para passar o feriado de Páscoa. Na sexta, durante uma motociata com apoiadores, ele já havia comentado sobre o acordo entre o TSE e o aplicativo, afirmando que a aliança era “inadmissível, inaceitável e não vai ser cumprida”.
TSE e WhatsApp
Assim como vem publicando o Brasil123, em fevereiro, o WhatsApp e o TSE firmaram um acordo para combater a disseminação de informações falsas nas eleições de 2022. Na quinta (14), a plataforma anunciou um novo recurso chamado “comunidades”.
Com o recurso, poderão ser criados grupos com milhares de usuários, sem o limite de 256 pessoas por grupo, como é feito hoje. No entanto, no Brasil, essa funcionalidade será liberada somente depois do segundo turno das eleições.
Para Bolsonaro, o acordo entre o tribunal e o aplicativo fere a liberdade de expressão. “Não vai ser um acordo com o TSE que o WhatsApp vai fazer e vai impor a toda a população brasileira”, diz o presidente, completando que, “no Brasil, ou o produto [WhatsApp] está aberto para todo mundo ou tem restrição para todo mundo”.
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