Nesta quarta-feira (15), o presidente Jair Bolsonaro disse que o jornalista inglês, Dom Phillips, era “malvisto” na região amazônica devido ao fato de ter realizado reportagens que denunciava o garimpo ilegal na região. De acordo com Bolsonaro, Dom deveria ter “redobrado atenção consigo próprio” antes que realizasse uma “excursão”.
“Esse inglês, ele era malvisto na região. Porque ele fazia muita matéria contra garimpeiros, questão ambiental. Aquela região, região bastante isolada, muita gente não gostava dele. Ele tinha que ter mais que redobrar a atenção consigo próprio. E resolveu fazer uma excursão”, declarou Bolsonaro.
“A gente não sabe se quando saiu do porto, só dois, alguém viu e foi atrás dele. Lá tem pirata no rio, tem tudo o que se possa imaginar lá. É muito temerário você andar naquela região sem estar devidamente preparado fisicamente e também com armamento, devidamente autorizado pela Funai. Pelo que parece, não estavam”, completou.
Críticas a atuação do Governo Bolsonaro
O governo brasileiro tem sido bastante criticado pelas respostas dadas ao desaparecimento de Dom e Bruno. Até mesmo organismos internacionais têm reclamado da postura do governo, pedindo maior envolvimento e rapidez nas buscas. Inclusive, ainda nesta quarta-feira, o primeiro-ministro, Boris Johnson, afirmou que estava “profundamente preocupado” sobre o destino do jornalista.
De acordo com Bolsonaro, apesar dos indícios de que tenha ocorrido um crime contra os dois, ele espera que sejam encontrados com vida e, ainda, que “pede a Deus que nada tenha acontecido” ao indigenista Bruno e ao jornalista Dom.
Investigações sobre o desaparecimento de Dom Phillips e Bruno Pereira
O desaparecimento de Dom Phillips e Bruno Pereira aconteceu no domingo (5), quando eles realizavam um trajeto de duas horas entre a comunidade ribeirinha de São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte. O objetivo da viagem era visitar uma equipe de Vigilância Indígena, situada próximo ao Lago do Jaburu.
No dia seguinte, uma força-tarefa com o envolvimento das Forças Armadas, Força Nacional, Polícia Federal e órgãos de segurança da região iniciaram as primeiras buscas e investigação do caso. São aproximadamente 250 homens envolvidos na operação, além de duas aeronaves, três drones e 20 viaturas.
Até o momento, foi decretada a prisão temporária por 30 dias de Amarildo da Costa de Oliveira e Oseney da Costa de Oliveira. Os dois irmãos são suspeitos pelo desaparecimento de Dom Phillips e Bruno Pereira.
A região de desaparecimento é a segunda maior terra indígena do país, sendo marcada por invasão de terras para a realização de garimpo ilegal, roubo de madeira, tráfico de drogas e pesca ilegal. O Vale do Javari é uma terra indígena localizada no estado do Amazonas, bem na fronteira com Peru e Colômbia.
As últimas notícias informam que foram achados “remanescentes” de corpos, mas ainda é necessário confirmar se são realmente dos desaparecidos. Algumas fontes apontam que os suspeitos presos confessaram ter ligação com uma possível morte dos desaparecidos. Amarildo afirmou que ouviu tiros e também ajudou a enterrar os corpos do jornalista britânico e do indigenista, que teriam sido queimados e esquartejados.