O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), voltou a polemizar com o Judiciário. Desta vez, o chefe do Executivo afirmou que pode descumprir decisões da Corte e, que em sua opinião, isso “não é uma afronta”. A declaração do presidente foi feita nesta quinta-feira (09), durante a visita do chefe do Executivo ao Rio de Janeiro.
Na ocasião, ele tornou a criticar a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que cassou o deputado bolsonarista Fernando Francischini (União Brasil). Assim como publicou o Brasil123, o ex-parlamentar, acusado de divulgar fake news sobre as eleições de 2018, viu ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubarem uma liminar do também ministro Kassio Nunes Marques, que havia anulado a decisão do TSE, que tinha decretado a perda do mandato de Fernando Francischini.
“Decisão do Supremo se cumpre, não se questiona? Eu sou o capitão. O que eu faço? Não vou cumprir. Isso não é afronta. Nunca vi o Alexandre de Moraes comprar pão. Vivem perseguindo, prendendo deputado federal. Cassando mandato de deputado”, disse Bolsonaro ao ser questionado sobre as recentes decisões da Corte.
Em outro momento, o alvo de Bolsonaro foi o atual presidente do TSE, Luiz Edson Fachin. De acordo com o chefe do Executivo, o ministro foi quem tirou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da cadeia. Ele ainda criticou o integrante do STF de ter se reunido com embaixadores para discutir a segurança das eleições.
“O atual presidente do TSE foi o que tirou o Lula na cadeia. Fachin se reuniu com embaixadores. O que ele fez? Me acusou. Pediu para reconhecer o resultado. Só faltou dizer algo, que o eleito será Lula. Todos queremos eleições limpas e transparentes”, afirmou o chefe do Executivo.
Depois de um tempo de trégua, Bolsonaro voltou a tecer ataques contra os ministros do STF e dizer que as eleições podem ser fraudadas, pois o sistema eleitoral brasileiro não é confiável. Na terça (07), ele ainda disse que Alexandre de Moraes não cumpriu um acordo com ele depois da publicação da carta que pacificou a crise entre os três poderes.
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