O presidente da república, Jair Bolsonaro (PL), criticou no sábado (19), durante um culto evangélico em Rio Branco, no Acre, a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que ordenou o bloqueio do aplicativo de mensagens Telegram.
Para Bolsonaro, a decisão foi “no mínimo triste”. “A decisão de um ministro de simplesmente banir do Brasil o aplicativo Telegram é no mínimo triste”, afirmou o presidente, relatando ainda que 70 milhões de pessoas, o que inclui ele próprio, serão prejudicadas por uma minoria.
“É inadmissível uma decisão dessa natureza, porque não conseguiu atingir duas ou três pessoas que na cabeça dele deveriam ser banidos do Telegram”, completou o chefe do Executivo, fazendo alusão aos pedidos do STF, que queria banir algumas contas alvos de um dos inquéritos da Corte.
Bolsonaro é bastante ativo nas redes sociais, inclusive no Telegram. O chefe o presidente tem hoje um canal no aplicativo que conta com mais de um milhão de inscritos. Por lá, ele faz discursos e publica suas opiniões pessoais.
Telegram ainda ativo
A suspensão do Telegram no Brasil foi um pedido da Polícia Federal (PF) após inúmeras tentativas mal sucedidas de contato com representantes da plataforma, acusada de ser uma rede social “perfeita” para a proliferação de fake news e de conteúdos com repercussão na área criminal.
Em sua decisão, assim como publicou o Brasil123, Alexandre de Moraes estabeleceu uma multa diária de R$ 100 mil para as companhias que cumprirem a decisão de bloqueio da plataforma. Neste domingo(20), o aplicativo ainda estava funcionando normalmente. A operadora Tim, por exemplo, anunciou que vai bloquear o aplicativo na próxima segunda-feira (12).
Em nota, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a empresa “providenciou o imediato encaminhamento da decisão judicial às entidades atuantes no setor regulado que possuem pertinência”.
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