Nesta terça-feira (12), Bolsonaro voltou a soltar declarações sobre o caso do guarda municipal Marcelo Arruda, que foi assassinado na noite de sábado (9), quando comemorava seu aniversário de 50 anos, que possuía como tema o Partido dos Trabalhadores (PT). Arruda foi baleado pelo agente penitenciário bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho.
De acordo com o Presidente da República, Guaranho havia sido provocado previamente, tratando a situação como uma “troca de tiros”. Bolsonaro também criticou os amigos de Arruda, que agrediram o bolsonarista Guaranho mesmo ele já tendo sido baleado.
“Nada justifica a troca de tiros, mas está sendo concluída a investigação pela Polícia Civil do Paraná, talvez haja uma coletiva hoje, e a gente vê que teve um problema lá fora, onde o cara que morreu jogou uma pedra no vidro daquele cara”, disse Jair Bolsonaro.
Além disso, Bolsonaro afirmou que os petistas, amigos de Arruda, agiram com violência em relação a Guaranho. “O outro ficou ferido, ficou caído lá no chão, e o pessoal da festa, todos petistas, encheu a cara dele de chutes. Para os petistas, é violência do bem, chute na cara de quem está caído no chão”, completou.
Ainda, Bolsonaro disse que: “imagens demonstram os atos de violência que houve dentro do recinto. Se esse cara morre de traumatismo craniano, e não por causa do ferimento a bala, esses petistas que chutaram a cara dele vão responder por homicídio”, finalizou.
“Bolsonaro defende bandido” nos trending topics do Twitter
Depois das declarações do Presidente da República, diversos usuários no twitter passaram a compartilhar o vídeo do momento em que Bolsonaro defende o bolsonarista Guaranho, assassino de Marcelo Arruda.
A hashtag “Bolsonaro defende bandido” também foi utilizada no último mês, quando o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, foi alvo de busca e apreensão ao mesmo tempo que surgiram suspeitas de interferência de Bolsonaro na investigação contra Ribeiro devido ao escândalo no MEC.
Investigações do caso
Na última segunda-feira, a Justiça decretou a prisão preventiva de Guaranho, após um juiz ter aceitado o pedido da conversão de prisão em flagrante para prisão preventiva. A defesa do bolsonarista busca reverter a pena para domiciliar, caso Guaranho se recupere dos ferimentos após o confronto do último sábado.
As investigações buscam entender o motivo que levou Guaranho ir ao local da festa, e se o assassinato se enquadra como crime de ódio com motivação política, dado que o agente penitenciário é apoiador do presidente Jair Bolsonaro.
A delegada de Foz de Iguaçu que conduzia o caso, Iane Cardoso, foi afastada das investigações. Ela chegou a fazer diversas publicações contra petistas em suas redes sociais em 2017, dizendo que, por exemplo, “integrantes do partido ou estão mentido”, “ou estão roubando e cuspindo”. Com isso, ela foi considerada suspeita para realizar as investigações.
Além disso, o PT também argumenta que a Polícia Civil do Paraná não apresentou os resultados da investigação dos disparos realizados contra a caravana de Lula em 2018. A Secretaria de Segurança Pública do estado do Paraná irá apurar a denúncia.