O presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou tanto o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quanto o WhatsApp por conta da não liberação de novos recursos no aplicativo antes das eleições. A declaração do chefe do Executivo foi dada nesta sexta-feira (15), durante uma motociata em seu apoio no estado de São Paulo.
Bolsonaro diz que motivo do sigilo sobre assuntos polêmicos serão descobertos ‘em 100 anos’
“O WhatsApp passa a ter uma nova política para o mundo, mas uma especial respectiva para o Brasil. Isso após um acordo com três ministros do TSE”, disse o presidente, afirmando que “não vai ser cumprido esse acordo que porventura eles tenham feito com o Brasil”.
Bolsonaro não disse quais serão as medidas tomadas por seu governo para forçar a liberação dos novos recursos antes das eleições. No entanto, afirmou que a não liberação é “cerceamento, censura, discriminação”. “Isso não existe. Ninguém tira o direito de vocês, nem por lei”, falou para seus apoiadores o presidente.
Sem mudanças no WhatsApp durante as eleições
No final do ano passado, Will Cathcart, presidente-executivo do WhatsApp, afirmou ao TSE que plataforma não iria promover nenhuma mudança significativa na plataforma durante o período eleitoral neste ano.
Nesse sentido, a crítica de Bolsonaro acontece porque, na quinta (14), a plataforma anunciou seu novo recurso, que fatalmente não será implementado neste momento no Brasil. Segundo o WhatsApp, a empresa irá lançar o recurso ”comunidades”.
Essa nova ferramenta tem como intuito reunir grupos com milhares de pessoas dentro plataforma, sem que haja o limite de 256 pessoas, como acontece hoje. “Isso que o WhatsApp está fazendo no mundo todo… Sem problema”, começou Bolsonaro.
“Agora, abrir uma excepcionalidade para o Brasil? Isso é inadmissível, inaceitável e não vai ser cumprido esse acordo que por ventura eles tenham feito com o Brasil, com informações que eu tenho até o presente momento”, completou o chefe do Executivo.
Plataforma foi usada nas últimas eleições
O WhatsApp foi muito usado em 2018, quando Bolsonaro foi eleito. Na ocasião, apoiadores do chefe do Executivo utilizaram o disparo em massa de fake news. Isso, por meio de sistemas automatizados contratados por empresas, o que viola os termos de uso do aplicativo.
Segundo uma reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”, essa propagação foi bancada por empresários apoiadores do presidente, uma prática que é ilegal, por se tratar de doação de campanha por empresas, o que é proibido por lei.
Leia também: Isadora Pompeo diz que é ‘bolsominion’ por falta de opção: “Necessário para o momento”