Jair Bolsonaro (PL), presidente da República, declarou nesta terça-feira (02) que a ideia é comparecer aos debates presidenciais. Essa é a segunda vez que o chefe do Executivo, que havia rechaçado a ideia de ir aos encontros no primeiro turno, dá a entender que pode sim comparecer a esses eventos.
Na declaração desta terça, dada em entrevista ao canal “SBT”, Bolsonaro disse que “a princípio”, a ideia é participar dos debates. Além disso, ele ainda afirmou que não pretende “dar bola” sobre a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de ir ou não aos encontros.
“Não vou dar bola para isso não. A princípio a ideia é comparecer ao debate para mostrar o que nós fizemos”, disse o presidente que, até então, condicionava sua ida ao debate ao comparecimento de Lula, líder nas pesquisas de intenções de votos e grande rival político de Bolsonaro.
Apesar da declaração, ele ressaltou que na política “tudo é dinâmico”, isto é, ainda pode acontecer muita coisa. “Tenho falado que pretendo ir. Na política, tudo é dinâmico, até porque tem muita coisa a apresentar. Eu não vou ficar preso a uma agenda em que alguém vai me atacar de forma gratuita, eu ficar respondendo a ataques gratuitos”, disse ele, completando que vai responder pelo que fez em sua gestão e “fazer comparações com governos anteriores.”
Bolsonaro volta a falar sobre a carta da democracia
Nesta terça, em entrevista à rádio “Guaíba”, Bolsonaro classificou como “cara de pau” e “sem caráter” as pessoas que assinaram a carta em defesa da democracia organizada pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Hoje, o manifesto já conta com mais de 700 mil assinaturas.
“Esse pessoal que assina esse manifesto, é cara de pau, sem caráter. Não vou falar os adjetivos aqui que eu sou uma pessoa bastante educada. Essa é uma grande realidade”, disse Bolsonaro. Durante a entrevista ao “SBT”, o presidente também foi questionado sobre o assunto.
Na ocasião, ele foi perguntado se pretende assinar o manifesto. Segundo ele, os signatários do documento estão ligados a ditaduras e dizem que o regime da Venezuela é uma “Maravilha”. “Não vale o outro lado assinar uma carta se todas suas demonstrações vão na contramão disso. Eu, por exemplo, comprovo que sou democrata pelo que fiz”, disse o chefe do Executivo.
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