Neste domingo (16), o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), afirmou que as declarações que o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a política externa são “um vexame para a política externa brasileira”. Durante viagem à China, Lula disse que Estados Unidos e União Europeia precisam parar de incentivar a guerra na Europa, buscando que as negociações de paz possam avançar.
“Da China o cara acusa os EUA de incentivar a Guerra. Diz também que o conflito, no momento, só está interessando a Putin e a Zelensky. Lula, Dilma e Stédile, juntos, mais um vexame para a política externa brasileira”, afirmou Bolsonaro, em sua conta pessoal no Twitter. Stédile é o atual líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que acompanha Lula na China.
Bolsonaro se referiu a fala dada pelo presidente nesta última sexta-feira (14), durante uma conversa com jornalistas em Pequim, na China. “É preciso que os Estados Unidos parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz. É preciso que a União Europeia comece a falar em paz pra gente poder convencer o Putin e o Zelensky que a paz interessa a todo mundo”.
Ainda, no fim de sua viagem aos Emirados Árabes, Lula voltou a falar sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, acusando EUA e Europa de prolongarem a guerra na região. Lula também defendeu a criação de um “G20 política” buscando restabelecer a paz na região. “O presidente Putin não toma iniciativa de paz, o Zelensky não toma iniciativa de paz. A Europa e os Estados Unidos terminam dando a contribuição para a continuidade desta guerra”, afirmou o presidente.
Bolsonaro visitou Rússia pouco antes da guerra acontecer
Enquanto era presidente da República, Jair Bolsonaro fez uma visita à Rússia. O ex-presidente se encontrou com o presidente russo, Vladimir Putin, uma semana antes de a guerra na Ucrânia começar, em fevereiro de 2022. Na época, Bolsonaro disser ser “solidário” à Rússia, uma fala que soou mal, dado que a ameaça de invasão russa já existia.
Pouco tempo depois, em comunicado, Bolsonaro afirmou ser solidário a “todos os países que querem e se empenham pela paz”. Inclusive, o encontro foi visto de forma negativa pelos Estados Unidos da América, dado que o mundo vivia uma das maiores crises de segurança desde o fim da Guerra Fria. Para especialistas, a visita de Bolsonaro à Rússia teve um timing “muito ruim”.
No entanto, nunca foi uma novidade que Bolsonaro não tinha uma boa relação com Joe Biden, atual presidente americano. Ainda que tenha criticado as falas de Lula sobre os Estados Unidos, Bolsonaro já teve uma série de divergências com Biden. Por exemplo, após o americano vencer as eleições presidenciais de 2020 sobre Trump, ele levou 38 dias para parabenizá-lo, tendo sido o último líder do G20 a cumprimentar o novo presidente.
Um outro ponto é que, assim como fez nas eleições presidenciais brasileiras, Bolsonaro também acusou a eleição americana de ter fraude para que Biden vencesse, ainda que não tivesse provas disso. Uma reportagem publicada pela Reuters apontou que o diretor da CIA (agência de inteligência norte americana) disse para funcionários brasileiros que Bolsonaro deveria parar de questionar o sistema de votação americano.
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