Jair Bolsonaro (PL), presidente da República, afirmou na sexta (15) que está otimista quando o assunto é a economia do Brasil. Prova disso é que ele cogita que o Brasil registra uma deflação, o oposto de inflação, no mês de agosto.
Bolsonaro: “estamos cedendo para as minorias”
Segundo o presidente, o motivo da deflação é a possível queda no valor dos combustíveis devido à limitação na cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), aprovada em Lei Complementar aprovada no Congresso no começo deste mês de julho.
A nova cobrança do ICMS, que agora tem valor fixo de 17%, foi criticada por governadores e também prefeitos. Eles são classificados por Bolsonaro como os culpados pelas recentes altas nos combustíveis.
Com a medida, os governadores não podem mais estabelecer o próprio preço para o ICMS, o que faz com que as unidades federativas passem a arrecadar menos – Bolsonaro afirmou que os estados serão ressarcidos diretamente para evitar grandes prejuízos.
“Eu acho até que no próximo mês a gente vai ter deflação no Brasil, porque a melhora no preço do etanol, álcool, gasolina e energia elétrica já se faz presente. O dono da padaria já pode diminuir o preço do pão, todo mundo ganha”, disse o chefe do Executivo.
Apesar da declaração de Bolsonaro, importante ressaltar que a previsão feita pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que é quem decide sobre a taxa básica de juros da economia (Selic), mostra que, na realidade, o que deve acontecer é “um novo ajuste, de igual ou menor magnitude” em agosto.
O aumento do índice é a principal ferramenta do Banco Central para controlar a inflação. No mês passado, o Copom elevou a taxa de 12,75% para 13,25% ao ano, maior patamar desde 2016, quando a taxa foi de 13,75%.
ICMS faz preços abaixar, mas valor ainda é alto
De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), os preços dos combustíveis passaram a cair nessa semana. No entanto, os valores do Brasil ainda são alto se comparados com o mercado internacional.
Segundo números da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), hoje, o preço médio do diesel está 3% acima da média em comparação com o exterior e a gasolina 2%, também ante ao preço praticado no mercado internacional.
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