Jair Bolsonaro (PL), presidente da República, afirmou nesta sexta-feira (09), durante conversa com apoiadores, que “tudo dará certo no momento oportuno”. O chefe do Executivo, derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não discursava publicamente desde o dia 02 de novembro, quando usou suas redes sociais para pedir que apoiadores desbloqueassem as rodovias nos protestos contra o resultado das eleições.
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A conversa de Bolsonaro com seus apoiadores, diferentemente do que costuma acontecer, não ocorreu no “cercadinho” do Palácio do Planalto, mas sim em um jardim do Palácio da Alvorada. Na ocasião, o presidente afirmou que as Forças Armadas devem respeito à Constituição, retomando o discurso de que, em sua opinião, elas seriam “o último obstáculo para o socialismo”.
Em outro momento, apoiadores de Bolsonaro gritaram “eu autorizo” em direção ao presidente, um grito de ordem que vem sendo entonado por bolsonaristas que não aceitam a vitória de Lula e, por isso, pedem uma intervenção militar. “Quem decide o meu futuro, por onde eu vou, são vocês. Quem decide para onde vão as Forças Armadas, são vocês. Quem decide para onde vai a Câmara e o Senado, são vocês também”, destacou.
“Vamos acreditar, vamos nos unir. Criticar só quando tiver certeza absoluta. Buscar alternativas e cada um ver o que ele pode fazer, de fato, pela sua pátria”, afirmou Bolsonaro, dizendo ainda que conhece o “temor” de seus apoiadores e que este “temor” ele também tem. “Todos nós aqui temos família, filhos, sobrinho, neto, e não podemos esperar chegar lá na frente e olhar para trás e dizer que não fizemos nada”, disse Bolsonaro.
Durante a conversa, o chefe do Executivo, que está em seu último mês de mandato, ainda disse que seus apoiadores devem respeitar o direito de pessoas “que pensam diferente”, mas devem tentar trazê-las “para o nosso lado, o lado da verdade, da honestidade, do respeito, da família, da liberdade de expressão religiosa”. “Somente assim poderemos ter um Brasil grande para todos nós”, pontuou o presidente.
Por fim, Bolsonaro comentou sobre a economia, dizendo que o Brasil está “pronto para dar um salto”. “E o que aconteceu, aconteceu. Óbvio que a gente não esperava numas condições normais. Aconteceu… nunca vi no mundo o povo ir à rua para um presidente ficar. Só vi o povo ir às ruas para tirar”, finalizou o presidente, que ouviu seus apoiadores gritarem “fica”.
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