O presidente da República Jair Bolsonaro (Sem Partido) demitiu, nesta quarta-feira, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. A decisão ocorre após uma briga do então titular da pasta com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.
Álvaro Antônio é deputado licenciado do PSL e ocupava o gabinete de ministro desde o início do atual governo. A decisão sobre sua demissão já estava certa nos planos de Bolsonaro, segundo o Estadão, mas uma troca de farpas via What’s App entre os ministérios teria antecipado a decisão do presidente.
Às vésperas da eleição para presidência da Câmara, há a expectativa de que Bolsonaro utilize a lacuna no cargo para negociar com os partidos de centro. O presidente quer eleger Artur Lira, do Progressistas, para substituir Rodrigo Maia (DEM) no comando da Casa de Representantes.
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Ministro do Turismo envolvido com corrupção
Ontem (8), antes do embate, Álvaro Antônio havia se encontrado com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) em evento de lançamento do Instituto Conservador-Liberal. Sem saber do destino próximo, o deputado chegou a dizer que foi um dos primeiros a apoiar a candidatura do atual presidente.
Em 2019, Álvaro passou a ser investigado pela Polícia Federal por suspeitas ter desviado recursos do fundo partidário. A verba, segundo a PF, era destinada originalmente a candidaturas femininas que, na prática, serviram apenas de fachada. Desde a eleição geral de 2018, há uma porcentagem cota para campanhas eleitorais femininas.
Enquanto a investigação avança, o ex ministro do Turismo pode ser reconduzido ao seu cargo de deputado federal.
O novo nome de Bolsonaro
Logo após a decisão de Jair Bolsonaro, a discussão no Planalto passou a ser a respeito do próximo ministro do Turismo.
Até aqui, o nome mais provável é o de Gilson Machado. Ele é presidente da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur).
Não há previsão, no entanto, para uma nomeação definitiva. Machado, que apoia Bolsonaro e participa de suas lives, deverá ficar até o mês das eleições no Congresso.