O ex-presidente Jair Bolsonaro, em uma conferência conservadora que reuniu líderes de direita de vários países na capital dos EUA, Washington, afirmou que não teria permitido que navios de guerra iranianos atracassem no porto do Rio se ele ainda governasse o Brasil. Os dois navios iranianos, mais especificamente o porta-helicópteros do governo iraniano e uma fragata com capacidade para porte de armas, foram atracados no Rio de Janeiro no dia 26 de fevereiro e deveriam partir no último sábado (4).
Desagrado do governo dos EUA
A decisão do governo brasileiro foi principalmente contra os interesses dos Estados Unidos, que já se manifestaram sobre o assunto anteriormente. Relatos da mídia diziam que, algumas semanas atrás, Lula atrasou a decisão sobre os navios para não atrapalhar o encontro com Joe Biden. Apesar disso, funcionários do governo dos EUA viram as ações do Irã como uma provocação. Entre os que se manifestaram publicamente sobre o assunto, merecem destaque um porta-voz do Departamento de Estado e o embaixador dos Estados Unidos no Brasil.
Ataques de Jair Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro abordou o tema, sendo direcionado a acusar o governo brasileiro de patrocinar o terrorismo porque o Irã está na lista do Departamento de Estado de países que apoiam tais práticas.
Contudo, Bolsonaro não colocou nesses termos, mas disse que se fosse presidente, “não teríamos esse problema agora com os navios iranianos”. Vale destacar que, o ex-chefe do Palácio do Planalto está nos Estados Unidos desde que deixou o Brasil em 30 de dezembro, dois dias antes do término de seu mandato. Ele não tem data de retorno.
Contudo, no início do mês passado, Jair Bolsonaro afirmou que voltaria ao país “em breve” para realizar uma “oposição responsável” ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Governo Lula se defende
As críticas, fizeram o Governo Lula defender a posição, dizendo ser uma decisão soberana do país, em linha com o direito marítimo internacional e a tradição diplomática adotada pelo país.
Celso Amorim, chefe da Assessoria Especial da Presidência da República e ex-ministro das Relações Exteriores, enfatizou que os navios pararam no Brasil apenas para abastecimento e reabastecimento, e não apontou nenhuma finalidade militar.
Em suma, de acordo com documento emitido pela Embaixada do Irã no Brasil, “essa visita é a continuidade da missão da flotilha em realizar um círculo completo ao redor do globo” e permite que os dois países possam “cooperar para alcançar objetivos comuns, incluindo ajudar a garantir rotas de comércio marítimo e combater crimes no mar”.