A corrida pela presidência da república promete ser bastante complexa com a aproximação das eleições. A última pesquisa mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua liderando com folga a corrida presidencial e poderia levar a disputa no primeiro turno, se a eleição fosse agora, contra o seu rival e atual presidente Jair Messias Bolsonaro.
O ex-presidente Lula aparece com aproximadamente 47% das intenções de voto, 18 pontos percentuais à frente do presidente Jair Bolsonaro (PL), que marcou 29%, aparecendo em segundo lugar. Ciro Gomes (PDT) permanece em terceiro, com 8%. Todos os demais concorrentes não superaram 2%.
Nesse sentido, os dados mostram que as eleições devem ser bastante acirradas entre Lula e o atual presidente Bolsonaro. A pouco mais de dois meses da eleição, as intenções de voto ainda podem mudar, mas diferentes pesquisas vêm mostrando estabilidade na polarização entre o petista e o atual presidente, sempre com vantagem relevante para Lula.
Apesar da vantagem do ex-presidente Lula, Bolsonaro conseguiu expandir as intenções de votos em alguns setores, um deles é na bancada evangélica, onde o presidente é fortíssimo. Além disso, o atual presidente vem expandindo seu espaço no nordeste, uma região que então era dominada pelas intenções de voto em Lula.
Por sua vez, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aumentou sua liderança entre homens e diminuiu sua desvantagem nos segmentos mais ricos.
Bolsonaro ganhando espaço
O presidente Bolsonaro, que tem enfrentado grande rejeição no segmento feminino, conseguiu apresentar uma melhora bastante significativa entre as mulheres: sua intenção de voto nesse grupo subiu de 21% em junho para 27% no novo levantamento, uma variação acima da margem de erro, que é de três pontos percentuais nesse caso.
Preocupado com a desvantagem nesse grupo, Bolsonaro tem dado mais destaque ao público feminino em seus discursos. Há duas semanas, ao discursar durante a promulgação do aumento do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, enfatizou que dois terços dos beneficiários são mulheres.
Além disso, o presidente vem fortalecendo a campanha de auxílios governamentais para setores como caminhoneiros e também subsidiando parte da gasolina, a fim de controlar o preço para que sua imagem não fique marcada com a aproximação das eleições.
Lula e sua vantagem entre os menos favorecidos
Após uma série de medidas para tentar aliviar a crise econômica, como redução de impostos e aprovação do aumento de benefícios sociais, Bolsonaro teve uma pequena melhora na intenção de votos do segmento mais pobre.
As intenções de voto do presidente entre os que ganham até dois salários mínimos passaram de 20% para 23%, variação dentro da margem de erro de 2,7 pontos percentuais, segundo o Datafolha. Já o petista oscilou negativamente, de 56% para 54%, também dentro da margem de erro.
Com isso, a diferença dos dois nessa faixa de renda caiu de 36 para 31 pontos percentuais, entre junho e julho. Como a faixa de até dois salários mínimos representa 52% dos eleitores, a grande vantagem do petista nesse grupo é fundamental para sua larga liderança no placar geral.