O ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) confessou, nesta quinta-feira (06), que “ficou chateado” com Tarcísio de Freitas (Republicanos), devido ao apoio do governador de São Paulo ao texto da Reforma Tributária. Durante a semana, o ex-ministro de Bolsonaro e agora gestor de São Paulo, afirmou que concorda com “95%” do texto da reforma, após se encontrar com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
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“Muita gente ficou chateada com o Tarcísio, até eu. Mas vamos conversar, pô. Conversei com ele”, afirmou Bolsonaro sobre o governador de São Paulo que, hoje, é considerado o principal nome para substituir Bolsonaro, que está inelegível até 2030 por conta de uma condenação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A declaração de Bolsonaro foi dada na tarde desta quinta. Pela manhã, ele, Tarcísio de Freitas, parlamentares e lideranças do Partido Liberal (PL), se encontraram em Brasília para discutir o tema. Na ocasião, o governador foi hostilizado pelos presentes porque está costurando um acordo com o governo Lula para aprovar a Reforma Tributária.
Durante a reunião, Bolsonaro afirmou que “Tarcísio não tem, com todo o respeito, uma experiência política que muitos de vocês têm”. “Nós não queremos, nesta proposta que tá aí, dizer que vai ser melhorada por emendas. Não tem garantia nenhuma de aprovação. O que o Tarcísio está expondo e eu conversei longamente com ele, é essas possíveis emendas entrarem agora no corpo da PEC”, disse o presidente.
Conforme vídeos que circulam pelas redes sociais, Tarcísio de Freitas foi interrompido várias vezes pelo deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL). Em dado momento, o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, precisou intervir.
Apoio de Tarcísio de Freitas
Na quarta (05), após encontro com Fernando Haddad, Tarcísio de Freitas decidiu manifestar apoio ao texto da Reforma Tributária, que hoje tem Bolsonaro como uma das principais vozes contrárias. Esse movimento do governador, que pediu poucas alterações na proposta, irritou a cúpula do PL e aliados de Bolsonaro.
“A gente tem falado que a espinha dorsal da reforma – a tributação sobre base ampla, o princípio do destino, que é fundamental, a transição federativa – sempre teve a concordância de São Paulo. O que a gente sempre ponderou foram questões pontuais, ou seja, a gente concorda com 95% da reforma”, disse ontem o ex-ministro da Infraestrutura.
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